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Estudo da FGV Revela Que Expansão do Bolsa Família Reduz Busca por Emprego

Programa social impacta especialmente mulheres e jovens no Norte e Nordeste, desestimulando a procura por trabalho formal.

Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou que a expansão dos benefícios do programa Bolsa Família tem levado a uma diminuição na busca por emprego. A pesquisa identificou que mulheres, jovens e trabalhadores menos qualificados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, são os mais impactados.

Conduzido pelo professor Daniel Duque, mestre em ciências econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudo destaca que, embora os programas sociais desempenhem um papel importante no auxílio ao mercado de trabalho, eles podem, em alguns casos, desestimular a procura ativa por emprego. Isso ocorre principalmente quando o suporte financeiro recebido é superior ao salário de um emprego formal.

Utilizando dados da “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua” do IBGE, a pesquisa empregou uma metodologia de identificação causal para analisar como o aumento nas transferências de renda afetou a inserção no mercado de trabalho em diversas regiões.

Bolsa Família Pós-Pandemia

Entre 2019 e 2023, constatou-se que antes da pandemia, o impacto do auxílio na participação no mercado de trabalho era quase inexistente. No entanto, após o aumento do valor médio do benefício — de cerca de R$ 200 para quase R$ 700 — a influência na redução da participação laboral se tornou evidente.

Desde o início da crise sanitária, o auxílio emergencial transformou o Bolsa Família, que foi rebatizado de “Auxílio Brasil”. O programa garantiu um valor inicial de R$ 400 por família, posteriormente aumentado para R$ 600. Em 2023, ao retomar o nome original, o programa alcançou o benefício médio atual.

Impacto do Programa Social na Busca por Emprego

Os dados mostram que o crescimento do Bolsa Família tem efeitos significativos no mercado de trabalho, especialmente para os grupos mais vulneráveis. A análise destaca uma tendência preocupante de desencorajamento em relação à participação no mercado, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde mulheres e jovens são mais afetados por mudanças nas condições econômicas e nos incentivos dos programas sociais.

Atualmente, o benefício é recebido por 20,7 milhões de famílias, com um valor médio de R$ 684,27. A maior parte dessas famílias está na Região Nordeste, totalizando 9,28 milhões, seguidas por 6 milhões no Sudeste e 2,62 milhões no Norte. Além disso, 17,28 milhões dessas famílias têm mulheres como chefes de família.

O programa também inclui uma “regra de proteção” para incentivar a procura por trabalho formal, permitindo que as famílias continuem a receber o benefício mesmo após conseguirem um emprego, desde que a renda não ultrapasse meio salário mínimo por membro da família. Atualmente, 2,64 milhões de famílias se beneficiam dessa regra, com um valor médio de R$ 372,07.

Agora, os beneficiários enfrentam o desafio de garantir que seus empregos formais compensam a perda de renda do Bolsa Família, considerando também os potenciais rendimentos informais. As informações são da Revista Oeste.

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