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quinta-feira, setembro 19, 2024
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Ex-chefe do TSE revela ordens rigorosas de Moraes em investigações contra Bolsonaro e aliados

Eduardo Tagliaferro expõe pressão para cumprimento estrito de determinações do STF, e destaca direcionamento das investigações para figuras da direita, em meio a temores de prisão após vazamento de mensagens.

Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelou que as ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relacionadas às investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, eram para serem cumpridas com extremo rigor, sem possibilidade de recusa.

Tagliaferro se tornou alvo de Alexandre de Moraes após o vazamento de mensagens de WhatsApp entre auxiliares do ministro, que resultou em uma série de reportagens do jornal Folha de S.Paulo, expondo práticas questionáveis no processo judicial. Segundo as denúncias, Moraes teria utilizado métodos ilegais para coletar provas contra Bolsonaro e seus aliados.

O jornal teve acesso a 6 gigabytes de arquivos de diálogos por WhatsApp que revelaram violações de procedimentos judiciais, impactando o STF e o TSE.

“Não tenho qualquer relação com as informações retiradas de meu aparelho, que ficou ilegalmente apreendido por seis dias. Caberá à investigação apurar minha inocência. Espero que os responsáveis por mexerem em meu celular sejam responsabilizados”, afirmou Tagliaferro.

Ele também comentou sobre a intensidade do trabalho exigido: “Cumprir as ordens com rapidez e conteúdo robusto era imprescindível. Não havia opção de dizer não ou deixar de fazer o que era mandado. Muitas vezes, trabalhávamos nos fins de semana e éramos convocados em caráter de emergência para trabalho presencial em Brasília.”

Tagliaferro destacou ainda que as investigações estavam majoritariamente voltadas para a direita: “Posso afirmar que a direita foi mais investigada. Poucas vezes recebi demandas para investigar pessoas de esquerda. Isso é estatístico. Basta olhar meus relatórios e a quantidade de perfis e contas que bloqueamos durante as eleições.”

Sobre o vazamento das conversas comprometedoras, ele admitiu temer ser preso: “Tenho alguns receios, sim. Meu advogado, dr. Eduardo Kuntz, explicou que esse inquérito nem deveria existir da forma como foi conduzido. Segundo ele, o Regimento Interno do STF prevê que inquéritos devem ser iniciados pelo ministro-presidente, passando pelo cartório distribuidor para ser sorteado.”

Ele concluiu expressando preocupação com as possíveis consequências: “Ao ministro Alexandre abrir ele mesmo o inquérito e me colocar sob suspeita, pode acabar resultando em uma ordem de prisão. Seria muito constrangedor, porque não fiz nada de errado. Espero sinceramente que isso não aconteça”, disse Tagliaferro em entrevista ao Estadão.

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