Desde o último sábado (17), moradores das regiões Sul e Sudeste do Brasil têm observado uma camada de fumaça no céu, resultado das queimadas na Amazônia e no Pantanal. De acordo com o Serviço de Monitoramento Atmosférico da Europa, a fumaça se espalhou por pelo menos dez estados, sendo mais intensa no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e também atingindo os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. A combinação desse fenômeno com a atual onda de calor pode fazer com que a fumaça permaneça até a chegada de uma frente fria, prevista para sexta-feira (16).
A fumaça está sendo transportada principalmente das margens das rodovias BR-230 e BR-163 na Amazônia, além de áreas com focos de incêndio concentrados no Pantanal. O pesquisador Henrique Bernini, especialista em sensoriamento remoto, relata que há mais de 200 focos de incêndio em cada uma dessas regiões. Esse fenômeno também está afetando cidades distantes, como Rio de Janeiro e São Paulo, onde a presença de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio na fumaça representa um risco à saúde, especialmente para idosos, crianças e pessoas com problemas respiratórios.
Humberto Barbosa, meteorologista e coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), explica que o mesmo corredor de ar que transporta a umidade da Amazônia, conhecido como “rios voadores”, agora está transportando a fumaça. Essa massa de ar seco tem reduzido a visibilidade em cidades como Porto Alegre e em regiões de Santa Catarina, e a expectativa é que ela se dissipe com a chegada da frente fria no final da semana.
