Em documentos encaminhados à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em 8 de janeiro, o Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) alegaram não possuir as gravações das visitas do hacker Walter Delgatti Neto devido à “capacidade limitada de armazenamento”. A comissão havia solicitado as filmagens das visitas de Delgatti à sede da Defesa e ao Palácio da Alvorada entre julho e dezembro do ano anterior.
No entanto, o Ministério da Defesa explicou que as imagens são mantidas por um período de até 30 dias e, após esse prazo, são excluídas para liberar espaço para novas gravações. De acordo com o órgão, a quantidade e qualidade dos arquivos fazem com que eles ocupem cada vez mais espaço de armazenamento, exigindo reinicializações do sistema a cada 15 ou 20 dias.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) adotou uma justificativa semelhante, enfatizando que as cenas são mantidas por um período de 12 a 14 dias. O órgão afirmou que a duração do armazenamento depende de diversos fatores, como o número de câmeras em operação, a qualidade das imagens capturadas e a capacidade de armazenamento do sistema, entre outras variáveis possíveis.
Essa mesma justificativa foi utilizada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, para não disponibilizar na íntegra as imagens gravadas na sede da pasta durante a invasão ocorrida em 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes.
A CPMI solicitou os registros de Delgatti após o hacker afirmar que se encontrou com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada e com militares na sede do Ministério da Defesa para discutir questões relacionadas às urnas eletrônicas. Walter Delgatti Neto encontra-se detido sob acusação de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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