Governo federal anuncia compra de 138 milhões de doses de vacina da Pfizer e Janssen

O SUL

Durante o discurso em tom de despedida, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta segunda-feira (15) a assinatura de contrato para compra de 100 milhões de doses da vacina para a covid-19 da Pfizer, além de 38 milhões de unidades da farmacêutica Janssen.

De acordo com cronograma divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil receberá doses da Pfizer a partir de abril. São esperadas 13,5 milhões de doses no primeiro semestre e outras 86,5 milhões no restante do ano. Já a entrega das doses da Janssen será feita em duas parcelas: 16,9 milhões em agosto e 21,1 milhões em novembro.

O governo rejeitou por meses ofertas destas empresas por considerar “abusiva” a exigência de que a União assumisse responsabilidades e custos de eventuais efeitos adversos da vacina. Um dispositivo para permitir essa compra chegou a ser colocado em medida provisória 1026/2021, com aval da Saúde, mas foi excluído da redação final, publicada em janeiro. Estas compras só foram destravadas após o Congresso Nacional aprovar um projeto de lei para atender esta exigência das farmacêuticas, que também é feita por produtoras do consórcio Covax Facility.

Pazuello, ainda ministro, minimizou mudanças nos cronogramas de entrega de vacinas. “É para ser alterado”, disse ele. A Saúde voltou a elevar, na sexta-feira, 12, a previsão de distribuição de doses para março, de 30 milhões para 38 milhões. A mudança se deve à entrada das doses da Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, ainda que o uso do produto nem sequer esteja sob análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). No mês passado, o governo chegou a estimar que 46 milhões de vacinas seriam entregues em março.

O cronograma prevê a contratação de 562.911.800 de doses até final de 2021, mas há ainda, segundo ele, tratativas com a vacina da Moderna. “Todos laboratórios que chegam a nós entram em tratativas a partir de robustez de dados”, afirmou.

Pazuello disse ainda lamentar o atraso na entrega de insumos importados da China para a produção da vacina da Oxford, na Fiocruz, mas afirmou que a produção nacional deve ser agora regularizada. Ele disse ainda que o acordo para produção de 100% da vacina de Oxford no País, inclusive o insumo farmacêutico ativo (IFA), está adiantado.  “Temos mais vacinas contratadas que brasileiros, mas não podemos contar com 100% da entrega”, disse. Ele afirmou que Estados e municípios podem adquirir o imunizante, desde que venham pelo PNI (Programa Nacional de Imunização). “Não haverá Estados e nem municípios vacinando antes do que outros, não haverá divisão entre regiões e nem entre ricos e pobres na vacinação.”

O ex-ministro afirmou que até o final de abril o governo vai vacinar 88% dos grupos prioritários e que toda população será vacinada até o fim de 2021. “É provável que até maio todos dos grupos prioritários sejam vacinados”, afirmou.