Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) perdeu força em novembro ao registrar alta de 0,95%, ante avanço de 1,25% em outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior variação para o mês desde 2015, quando registrou alta de 1,01%. O resultado, puxado novamente pela alta dos combustíveis e da energia elétrica, leva o indicador oficial da inflação doméstica a 10,74% no acumulado de 12 meses, o maior índice desde novembro de 2003, quando foi a 11,02%. No ano, o IPCA soma alta de 9,26%. Em novembro de 2020, a inflação registrou avanço 0,89%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), visto como a inflação dos mais pobres, avançou 0,84%, contra 1,16% em outubro. O indicador, que é usado como referência para reajustes do salário mínimo e benefícios do INSS, acumula, no ano, alta de 9,36%, e em 12 meses, de 10,96%, abaixo dos 11,08% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2020, a taxa foi de 0,95%.

A aceleração da inflação em 2021 é puxada principalmente pela variação de preços administrados, como a energia elétrica e os combustíveis, fenômeno também observado em outras partes do mundo em meio ao processo de recuperação da economia global pós-crise da Covid-19. O IPCA também é pressionado pela desvalorização do real ante o dólar, a falta de insumo e matérias-primas na indústria e os rescaldos da crise hídrica que assolou o país em 2021. O mercado financeiro projeta que a inflação doméstica encerre o ano em 9,33%, segundo previsão do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 8. Na semana passada, a estimativa apontava para alta de 9,17%. A constante revisão para a variação de preços deste ano já contaminou as expectativas de 2022. Para o ano que vem, a mediana da pesquisa feita pelo Banco Central aponta inflação a 4,63%, ante 4,55% na edição da semana passada. A autoridade monetária persegue a meta de 3,50% em 2022, com piso de 2% e teto de 5%.

A aceleração da inflação é puxada principalmente pela variação de preços administrados, como a energia elétrica e os combustíveis, em meio ao quadro de forte desvalorização do real ante o dólar, alta no preço das commodities e crise hídrica. O mercado financeiro projeta que o IPCA encerre o ano em 10,18%, segundo previsão do Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 6. O índice é praticamente o dobro do teto da meta perseguida pelo Banco Central (BC) neste ano, de 5,25%, com centro de 3,75% e piso de 2,25%. A perseverança e força do indicador contaminou as expectativas para 2022. Para o ano que vem, analistas do mercado financeiro esperam que o IPCA vá a 5,02%, também acima do teto da meta de 5%, com centro de 3,50% e piso de 2%.

No esforço de trazer a inflação para a meta no próximo ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) voltou a subir, nesta quarta-feira, 8, a taxa básica de juros da economia brasileira, passando a Selic de 7,75% para 9,25% ao ano. A segunda alta de 1,5 ponto percentual já era esperada pelos analistas em meio à deterioração das expectativas inflacionárias. Em nota, o BC sinalizou nova alta de mesma intensidade no encontro agendado para 1º e 2 de fevereiro de 2022,  jogando a Selic para 10,75% ao ano. O mercado estima que o movimento de alta deve se manter até que a taxa chegue a 11,25% ao fim do primeiro trimestre, e estabilize neste patamar. Para 2023, os analistas estimam o início de uma nova temporada de cortes, trazendo os juros para 8%, enquanto para 2024 a taxa deve ser reduzida para 7% ao ano. A aceleração dos juros deve impactar negativamente na recuperação da economia no ano que vem por encarecer a tomada de crédito e impactar na redução dos investimentos.

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