O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,87% no mês de agosto deste ano, o que representa a maior variação para o mês desde 2000. No mesmo período de 2020, a taxa havia ficado em 0,24%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 9. Com o novo aumento, a inflação acumula alta de 5,67% no ano, enquanto o acumulado em 12 meses é de 9,68%. A taxa de agosto foi influenciada pelo aumento nos preços dos combustíveis, em especial da gasolina, que teve o maior impacto individual (0,17 ponto porcentual), com alta de 2,80%. Etanol, gás veicular e óleo diesel registram alta de 4,50%, 2,06% e 1,79%, respectivamente. “O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras. O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol 40,75% e o diesel 28,02%”, afirma o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.  Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), visto como a inflação dos mais pobres, avançou 0,88%, abaixo da taxa de 1,02% registrada em julho. O indicador, que também é usado como referência para reajustes do salário mínimo e benefícios do INSS, acumula, no ano, alta de 5,94%, e em 12 meses, de 10,42%. Em agosto de 2020, a taxa foi de 0,36%.

O setor de habitação avançou 0,68%, puxado pela alta de 1,1% da energia elétrica, o principal vilão da inflação nos últimos meses. Apesar da alta, a conta de luz mostrou desaceleração na comparação com julho, quando registrou avanço de 7,88%. “O resultado é consequência dos reajustes tarifários em Vitória, Belém e em uma das concessionárias em São Paulo. Além disso, a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos, vigorou nos meses de julho e agosto”, diz Almeida. Os preços do gás encanado (2,70%) e do gás de botijão (2,40%) também subiram. No gás encanado, houve reajustes tarifários em Curitiba e no Rio de Janeiro. A taxa de água e esgoto teve queda de 1,02% por conta da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte.

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