Nas primárias argentinas que ocorreram no último domingo, 13, o economista libertário de direita Javier Milei surpreendeu ao obter a maior votação e garantir seu lugar na disputa pela Presidência. Ele enfrentará a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, da centro-direita, e o ministro da Economia, Sergio Massa, do peronismo.
A crise econômica que assola a Argentina, com alta inflação (115% interanual) e crescente pobreza (40%), impulsionou o discurso de Milei contra a “casta política”, ganhando o apoio de 30,31% dos votos em sua primeira eleição nacional com o partido Libertad Avanza.
Os resultados, que dividiram o eleitorado em três partes praticamente iguais, geraram comemoração na sede de campanha dos libertários. Milei declarou que sua alternativa competitiva colocará um fim à “casta política parasitária” que ele acredita roubar e ser inútil. Ele expressou confiança em suas chances de vencer a eleição no primeiro turno.
A aliança governista União pela Pátria, com 27,07% dos votos, também disputará a Presidência, assim como Sergio Massa, que tem relações estreitas com diversos setores de poder, incluindo empresários, sindicatos e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O presidente atual, Alberto Fernández, de centro-esquerda, será substituído nas eleições marcadas para 22 de outubro, com um possível segundo turno em 19 de novembro.
A coalizão Juntos pela Mudança, liderada por Patricia Bullrich, obteve 28,25% dos votos. Ela pretende unir forças com Horacio Rodríguez Larreta, prefeito de Buenos Aires e seu adversário interno derrotado.
A Argentina enfrenta uma crise econômica grave, tornando-se um fator importante nas eleições. O país é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, mas também lida com um acordo de bilhões de dólares com o FMI. As eleições também abrangeram escolhas para candidatos em eleições legislativas parciais, prefeitura da capital e governo da província de Buenos Aires.
