O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira (24) do evento “Em Defesa da Democracia, Combatendo os Extremismos”, realizado durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque. Organizado pelo Brasil em colaboração com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, o encontro contou com a presença de líderes como Gabriel Boric, presidente do Chile, que se uniram na condenação de ataques à democracia.
Lula afirmou que “a democracia vive seu momento mais crítico desde a 2ª Guerra Mundial”, citando ações violentas de forças totalitárias no Brasil e nos Estados Unidos, além dos impactos das fake news na América Latina e na Europa. Ele destacou que, na África, os golpes de Estado refletem as marcas do colonialismo.
O presidente criticou o modelo capitalista atual, que, segundo ele, favorece o grande capital e ignora os trabalhadores. “Um sistema que privilegia homens brancos e falha com as mulheres negras é imoral”, afirmou, enfatizando que a desigualdade é um terreno fértil para o totalitarismo.
Gabriel Boric e a Necessidade de Coerência
Gabriel Boric, por sua vez, ressaltou que os setores progressistas estão sendo questionados pela sociedade e pediu por uma postura unificada em temas civilizatórios. Ele criticou a hesitação diante de conflitos, sugerindo que a falta de firmeza em questões como as eleições na Venezuela enfraquece as forças progressistas.
Boric enfatizou que a defesa dos direitos humanos deve ser imparcial, independentemente de quem os viola, seja um líder autodenominado de esquerda ou direita. Ele expressou a necessidade de um posicionamento claro e consistente em relação a abusos, propondo que o próximo encontro em defesa da democracia ocorra em Santiago, no Chile.
Combate às Fake News e Regulação das Redes Sociais
O combate às fake news e a regulação das redes sociais foram temas centrais da discussão. Lula destacou que as redes digitais se tornaram um terreno propício para discursos de ódio, e a regulação é essencial para proteger as sociedades. Emmanuel Macron, presidente da França, e Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, também apoiaram essa regulação.
Lula encerrou seu discurso reafirmando a importância da democracia como base para sociedades justas e pacíficas. “A construção da democracia é um processo próprio de cada povo e de cada país”, concluiu.
