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quarta-feira, setembro 18, 2024
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Morre o ex-ministro gaúcho Eliseu Padilha

Atualmente, Padilha é vice-presidente de Relações Institucionais da Fundação Ulysses Guimarães.       |    Foto: Marcos  Corrêa/PR     Por Marcello Campos   |   O Sul

O ex-ministro gaúcho Eliseu Padilha, 77 anos, morreu por volta das 23h desta segunda-feira (13) no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Internado desde fevereiro por causa de um câncer descoberto no estômago em 2018, ele deixa esposa, seis filhos e cinco netos. O velório será aberto ao público no Palácio Piratini, entre 10h e 17h desta terça, antes de cerimônia restrita a familiares em um crematório da Capital.

Nascido em Canela (Serra Gaúcha) e se mudou para Tramandaí (Litoral Norte), onde aprofundou suas atividades políticas pelo MDB, ao mesmo tempo em que passou a atuar no ramo da construção civil. Diplomou-se em Direito pela Universidade do Vale do Sinos (Unisinos) e elegeu-se prefeito (1989-1992).

Foi também secretário estadual no início da gestão do governador Antonio Britto e deputado federal de forma ininterrupta no período de 1995 a 2011, período em que se tornou um dos parlamentares mais influentes do Congresso Nacional.

Foi também ministro dos Transportes durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e depois comandou a Secretaria Nacional de Aviação Civil em 2015, penúltimo ano do governo de Dilma Rousseff (PT). Em seguida, chefiou a Casa Civil ao longo de toda a gestão de seu correligionário Michel Temer à frente do Palácio do Planalto (2016-2018).

Polêmicas

Em setembro de 2016, o então recém demitido advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, acusou Eliseu Padilha de querer abafar a Operação Lava-Jato, fato que o gaúcho sempre negou. Mesmo assim, senadores protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e a advogada-geral, Grace Maria Mendonça, para apurar o caso.

Em dezembro daquele mesmo ano, mediante acordo de delação premiada à força-tarefa da Lava-Jato, o ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira  Odebrecht, Cláudio Melo Filho, citou 45 vezes o ministro. Conforme o delator, o próprio presidente Michel Temer havia incumbido Padilha de atuar como operador de pagamentos de campanha eleitoral.

No relato de Melo Filho, o gaúcho tinha cuidado da distribuição de R$ 4 milhões de um total de R$ 10 milhões solicitados por Temer à construtora. “Foi ele o representante escolhido, fato que demonstrava a confiança entre os dois. Ele recebeu e endereçou os pagamentos realizados a pretexto de campanha, a pedido de Temer. Esse fato deixa claro o peso político de Padilha, principalmente quando observado pela ótica do valor envolvido”.

Ao se referir ao ministro, o delator acusou Padilha de “atuar como verdadeiro preposto de Michel Temer, inclusive muitas vezes deixando claro que fala em seu nome e concentra as arrecadações financeiras desse núcleo político do PMDB para posteriores repasses internos”.

Já em 15 março de 2017, após a homologação de diversas delações premiadas, a PGR denunciou diversos políticos por envolvimento em corrupção, incluindo Eliseu Padilha. A repercussão de tal denuncia criou um cenário difícil para o governo de Temer. O então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a retirada do sigilo da documentação que havia sido entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob o argumento de que era necessário promover transparência e atender ao interesse público. A soliticação foi então acolhida.

Documentos liberados pela Corte citam Padilha como suposto responsável pela distribuição de R$ 4 milhões repassados pela Odebrecht à campanha de Temer. Em delação premiada, o ex-assessor de Temer, José Yunes, disse ter sido orientado por Padilha a receber “documentos” em seu escritório e que, no mesmo dia acertado por ele, o lobista Lúcio Funaro foi ao local e lhe entregou um pacote.

Além disto, em gravação, Padilha diz que aceitou o nome de Ricardo Barros como ministro da Saúde em troca de apoio do Partido Progressista (PP) nas votações do Congresso Nacional.

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