O governador gaúcho já ensaia pré-candidatura à Presidência da República pelo PSDB

Fonte: O Sul

Durante almoço extraoficial com 21 parlamentares do PSDB no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, em Porto Alegre, o governador gaúcho Eduardo Leite sinalizou nesta quinta-feira (11) a possibilidade de uma pré-candidatura à presidência da República em 2022. O plano inclui ampliar a sua visibilidade nacional, com mais viagens pelo Brasil.

Mas o seu discurso não foi explícito em relação ao assunto, declarando que o nome do partido para a disputa será decidido no futuro: “Eu aceitarei a missão de levar essa experiência nas boas conversas que teremos Brasil afora, assim como desejo ouvir nas diversas regiões as boas experiências, para que possamos debater rumos para o País”.

Ele também evitou manifestações mais incisivas em relação ao colega paulista, sem deixar de “cutucar” o agora concorrente interno: “A liderança do governador Joao Doria é muito respeitada, assim como a história do PSDB em seu Estado, no entanto o que se está tratando aqui é da construção de um projeto nacional, e o fato é que o Brasil não resume a São Paulo”.

O tema ressurgiu em outro trecho de sua fala, com uma posição que pode ser entendida como de crítica tanto a Doria quando ao presidente Jair Bolsonaro: “Não adianta tentar mimetizar a prática política de quem hoje governa sendo autoritário, radical ou passando por cima de quem pensa diferente. Se queremos uma agenda de respeito, devemos exercer o respeito dentro do nosso partido”.

Participaram do encontro o deputado federal gaúcho Lucas Redecker (RS) e seus colegas Geovania de Sá (SC), Otavio Leite (RJ), Adolfo Viana (BA), Célio Silveira (GO), Edna Henrique (PB), Luiz Carlos (AP), Pedro Cunha Lima (PB), Daniel Trzeciak (AL), Pedro Vilela (AL), Eduardo Barbosa (MG) e Paulo Abi-Ackel (MG). O grupo contava, ainda, com o senador Rodrigo da Cunha (AL).

A turma desembarcou em bloco na capital gaúcha para manifestar apoio ao chefe do Executivo do Rio Grande do Sul como uma opção viável ao nome do governador paulista Joao Doria para que a legenda retorne ao Palácio Planalto. O único “tucano” a comandar o País foi Fernando Henrique Cardoso, com dois mandatos consecutivos (1995-2002).

Um dos convidados ressaltou: “As pessoas estão em busca de alternativas para 2022, então solicitamos que ele [Eduardo Leite] comece a visitar os Estados e se apresente mais, pois já é motivo de curiosidade no Brasil inteiro. Todo mundo enxerga nele uma alternativa”.

Trajetória

Faltando um mês para completar 36 anos (em 10 de março), Eduardo Leite é um dos mais jovens políticos na história do Rio Grande do Sul a comandarem o Executivo estadual.

Formado em em Direito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), cidade da Região Sul onde nasceu e cresceu, ele ingressou no movimento estudantil durante a adolescência, filiou-se ao PSDB em 2001. Nos anos seguinte se tornaria vereador (2009-2012, inclusive presidindo o Legislativo municipal) e prefeito (2013-2017).

A eleição para o Palácio Piratini em 2018, ao obter 53% dos votos válidos no segundo turno. O adversário era o então governador José Ivo Sartori (MDB).