A menos de dez meses para as eleições de outubro, as articulações de candidaturas para o governo do Rio Grande do Sul já se iniciaram e o xadrez político local aponta para embates entre postulantes aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e que tentam conquistar o título de candidato bolsonarista no estado: o ministro Onyx Lorenzoni (DEM) e o senador Luis Heinze (PP).

Em 2018, o Rio Grande do Sul deu 52,63% dos votos válidos ao então candidato Bolsonaro, na época filiado ao PSL, à Presidência da República. Para o pleito deste ano ao Palácio Piratini, recentes pesquisas eleitorais indicam a liderança do atual governador, Eduardo Leite (PSDB), e do ex-governador José Ivo Sartori (MDB), mas ambos já demonstraram que não serão candidatos, o que abre espaço para a ascendência de Lorenzoni.

Pesquisa da RealTime Big Data, divulgada na última segunda-feira, mostra, em um primeiro cenário, a liderança de Leite com 25% das intenções de voto contra 15% de Sartori. Em um quadro sem a presença do atual e do ex-governador, Lorenzoni aparece com 20% dos votos. Já Heinze, que ganhou visibilidade com a CPI da Covid-19, no Senado Federal, tem 4%.

Heinze chegou a ter o nome analisado para chefiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cuja pasta é comandada atualmente pela ministra Tereza Cristina, que vai sair do posto em abril para trabalhar sua candidatura ao Legislativo por Mato Grosso do Sul.

Bolsonaro ainda não escolheu qual será seu candidato ao governo gaúcho, e interlocutores aconselham que o mandatário se mantenha neutro no primeiro turno, a fim de evitar dissidências de aliados. A disputa de bolsonaristas ao mesmo cargo ocorre, ainda, em outros estados, como Rio Grande do Norte e São Paulo.

No estado potiguar, há embate entre os ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Fábio Faria (Comunicações), que desejam disputar uma vaga ao Senado. No estado paulista, por sua vez, o ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e o ex-ministro Abraham Weintraub (Educação) pleiteiam o Palácio dos Bandeirantes. Em ambos os casos, ainda não há consenso sobre quem será o candidato de Bolsonaro.