O número de mortes em decorrência do temporal que atingiu Petrópolis, região serrana do Rio Janeiro, na terça-feira (15), subiu para 104. Ao menos oito das vítimas são crianças. O balanço, que está em constante atualização, foi divulgado na noite desta quarta-feira (16).

Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida. Outras 375 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. O cadastro do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), feito até o início da noite, indica ao menos 35 pessoas desaparecidas. São 89 áreas atingidas, com mais de 170 pontos de deslizamentos.

— Foi a pior chuva desde 1932. Realmente, foram 240 milímetros em coisa de duas horas. Foi uma chuva altamente extraordinária — afirmou o governador Cláudio Castro (PL), que está na cidade, onde concedeu coletiva ao lado do prefeito Rubens Bomtempo e do secretário de Estado de Defesa Civil, Leandro Monteiro.

Segundo o governo fluminense, cerca de 400 bombeiros trabalham nas buscas. O mau tempo, no entanto, dificulta os trabalhos. A Polícia Civil está com uma equipe de 200 policiais, peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, servidores de cartório e de diversas delegacias.

A prefeitura dehttp://www.observadorregional.com.br/wp-admin/cretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento das vítimas. Foi montado um hospital de campanha com 10 leitos, onde elas recebem o primeiro atendimento. Em apenas seis horas, choveu mais do que o esperado para todo o mês no município.

— Realmente teremos que reconstruir a cidade. Foram mais de 200 milímetros de chuva em apenas duas horas. Atingiu o coração da cidade, o Centro Histórico, onde há maior densidade urbana — disse Bomtempo ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira.

Um dos locais mais afetados foi o Morro da Oficina, no Alto da Serra, onde um grande deslizamento atingiu diversas moradias e o governo acredita ter o maior número de vítimas ainda soterradas. Segundo a prefeitura, estima-se que 80 casas tenham sido afetadas na área próximo à Rua Tereza, conhecida via comercial do município.

A busca por sobreviventes seguiu intensa ao longo da madrugada de quarta-feira e contou com a ajuda de moradores e de equipes dos Bombeiros, do Exército e da Defesa Civil. Mais de 180 pessoas que moram em áreas de risco foram acolhidas em escolas e recebem suporte de profissionais das áreas da saúde, educação, agentes comunitários, além da Defesa Civil.

De Moscou, na Rússia, onde está para um encontro com Vladimir Putin, o presidente Jair Bolsonaro disse na noite de terça-feira que determinou que ministros de seu governo deem o apoio necessário às vítimas. Ele irá para Petrópolis na próxima sexta-feira (18).

Governo do Estado promete realocar pessoas longe das áreas de risco

O governador Cláudio Castro esteve nesta quarta em diversas áreas de Petrópolis que foram atingidas pela chuva. Ele prometeu investimento para tentar tirar moradores de áreas de risco e levá-los para lugares mais seguros, garantindo que as verbas serão do caixa estadual, mesmo que não venha ajuda federal.

— O governo do Estado vai entrar com o que for necessário. Não será por falta de recursos que deixaremos de fazer as obras necessárias. A prioridade total é para pessoas que estejam em áreas de risco. É duro, mas vamos retirar as pessoas desses locais. Teremos uma postura corajosa para fazer o que for necessário, doa a quem doer — disse.

Ele afirmou que houve um grande investimento na região serrana do Rio, na área de contenção de encostas, nos últimos anos, mas que ainda não é o suficiente.

— O que a gente tem de entender é que existe uma dívida histórica e também o caráter excepcional dessa chuva, a maior desde 1932. Existe o déficit, e que sirva de lição para a gente agir de forma diferente — afirmou.

Castro também prometeu mais obras para minimizar o impacto, e disse que o sistema de vigilância ajudou a alertar os moradores da região — caso contrário, a tragédia teria sido ainda pior, na opinião dele.

— A questão das sirenes funcionou muito bem. A Defesa Civil conseguiu salvar muitas vidas com a manutenção dessas sirenes — comentou.

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