Nos últimos 10 anos, o Rio Grande do Sul enfrentou uma significativa redução no número de produtores de leite, com sete de cada dez deixando a atividade. O total de produtores diminuiu de 100 mil para 30 mil nesse período. Esses dados, provenientes da Emater/RS e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), foram confirmados por notas fiscais junto à indústria leiteira.
O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, destacou essa preocupante diminuição durante uma coletiva de imprensa durante a 46ª Expointer, um importante evento agropecuário realizado em Esteio, no Rio Grande do Sul.
Tang ressaltou que um dos principais fatores que levou a essa redução foi a defasagem de preço entre o custo de produção do leite para os produtores e o valor pago pela indústria. O custo de produção é superior a R$ 2,25 por litro, enquanto a indústria paga cerca de R$ 2,17 por litro aos produtores. Ele também mencionou que as medidas anunciadas pelo governo federal para combater a importação de leite são insuficientes e que o setor precisa de medidas protetivas contra a importação de produtos como leite em pó, queijo mussarela e leite de caixinha UHT.
O presidente da Gadolando expressou a necessidade urgente de reduzir os custos de produção do leite e de implementar mecanismos que limitem a importação do produto. Ele também questionou se as questões ambientais e sanitárias estão sendo devidamente fiscalizadas para o grande volume de leite importado, uma vez que a produção importada não parece ser compatível com as áreas de produção nos países vizinhos.
Em protesto contra essa situação, uma faixa preta com os dizeres “Estão Matando os Produtores de Leite. Será Difícil Recuperar o Setor” foi hasteada no pavilhão do Gado Leiteiro durante a coletiva.
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