Nesta segunda-feira (21), em um artigo publicado no jornal “O Globo”, a jornalista Míriam Leitão expressou sua crítica à proposta do Ministério do Trabalho do governo Lula de ressuscitar a contribuição sindical obrigatória, considerando que isso demonstra uma visão antiquada do trabalho.
A proposta do Ministério do Trabalho do governo Lula visa trazer de volta um dos aspectos mais controversos da última reforma trabalhista: a contribuição sindical obrigatória. Desde 2017, quando a reforma entrou em vigor, essa contribuição se tornou opcional. No entanto, antes disso, um dia de trabalho equivalia ao valor anual descontado.
A nova contribuição sindical proposta pelo governo Lula, no entanto, seria mais abrangente, podendo chegar a três dias de trabalho em termos de valor, de acordo com especialistas.
Míriam Leitão, apesar de sua inclinação histórica a pautas de esquerda, expressou sua insatisfação com essa medida. Ela relembrou que no governo de Michel Temer, o imposto sindical deixou de ser compulsório, resultado de uma mudança feita pelo Congresso Nacional como parte da reforma trabalhista.
Leitão destacou que a relação entre sindicatos e seus filiados deve ser voluntária para que haja interesse por parte dos sindicatos em servir aos interesses dos filiados. A jornalista apontou que a proposta do Ministério do Trabalho é para que seja cobrado 1% do rendimento anual do trabalhador, o que, em vez de equivaler a um dia de trabalho como no passado, poderia chegar a três dias e meio. Isso representaria não apenas a mesma política anterior, que foi rejeitada pelos trabalhadores devido à queda significativa na arrecadação, mas também um aumento substancial.
Leitão observou que o ex-presidente Lula tem uma relação estreita com os sindicatos, que desempenharam um papel fundamental em sua trajetória política, constituindo uma base de apoio eleitoral importante. No entanto, ela argumentou que essa nova proposta do governo Lula parece mais voltada a satisfazer as expectativas dos sindicatos do que em atender aos interesses dos trabalhadores.
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