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sábado, abril 27, 2024
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Desenvolvimento da soja no RS é beneficiado pelo clima

Com a soja praticamente semeada no Rio Grande do Sul, com níveis apropriados de umidade no solo, as elevadas temperaturas e a exposição à radiação solar proporcionaram a aceleração do crescimento da cultura, que expressa vigor característico nas plantas. Como consequência das chuvas anteriores, foi observada significativa melhoria nas condições das lavouras de soja em todo o Estado e a diminuição de sintomas de estresse hídrico em algumas áreas. Atualmente no RS a soja está com 62% das lavouras em germinação e desenvolvimento vegetativo, 30% em floração e 8% em enchimento de grãos.

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (25/01) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), a maioria das lavouras de soja já concluiu ou está em fase de fechamento das entrelinhas, evidenciando uma interação sinérgica entre a cultura e as condições climáticas recentes. As plantas apresentam emissão de folhas novas bem desenvolvidas, com entrenós mais longos a partir do terço intermediário em direção às pontas, além da ocorrência de brotações laterais no terço inferior. Nas áreas de cultivares precoces, o período de formação das vagens se iniciou, e a fixação deverá ser satisfatória, dadas as condições ambientais favoráveis.

Em razão das chuvas regulares, o monitoramento de doenças tem sido constante, sendo adotados intervalos menores entre as pulverizações. No Oeste do Estado, há relato da presença de percevejo nas lavouras. Entretanto, os produtores têm sido orientados a utilizar inseticidas somente a partir da fase de formação das vagens, pois, nas fases vegetativa e de floração, o impacto desse inseto na cultura é baixo. Esses cuidados em relação ao estágio das plantas promove a racionalização do uso de inseticidas, bem como evita os riscos de ocorrência de mortalidade de insetos polinizadores.

A incidência de chuva generalizada em todo o Estado foi fundamental para o desenvolvimento das lavouras de milho, apesar de ter provocado a suspensão temporária das operações de colheita, que alcançou 25% no RS. Os resultados continuam variáveis, e predominam produtividades abaixo da projeção inicial. Os ventos, em 16/01, ocasionaram danos de maior intensidade em algumas áreas, causando acamamento em lavouras. O plantio progrediu minimamente, alcançando 97% da área projetada para esta safra.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a área de milho colhida atingiu 40%, mas o processo ocorreu em ritmo lento, em razão da elevada umidade no solo e da demora na perda de umidade dos grãos, decorrente dos grandes volumes de chuvas e dos dias nublados, que prevaleceram durante o período. A produtividade ficou abaixo das expectativas iniciais, devido ao ataque de cigarrinha-do-milho e a bacterioses.

Milho silagem – A extensão cultivada atingiu 94% da área previamente planejada. Continuou o processo de colheita para a produção de silagem de planta inteira, abrangendo 39% dos cultivos. Para a Safra 2023/2024, estão previstos 364.291 hectares de área cultivada. A produtividade estimada é de 39.088 kg/ha. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a superfície cultivada com a forragem abrange 21.400 hectares; 80% já colhidos e 20% em fase de enchimento de grãos. A produtividade atual é de aproximados 35 mil kg/ha, refletindo redução percentual próxima a 20% em relação à expectativa inicial de 43 mil kg/ha.

Feijão 1ª safra – O plantio, na região Nordeste do Estado, foi finalizado. A projeção de cultivo em primeira safra no RS é de 29.053 hectares. Houve prosseguimento da colheita nas demais regiões produtoras, e a estimativa de produtividade é de 1.775 kg/ha. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, foi finalizado o processo de plantio. As primeiras lavouras foram semeadas no início de dezembro e estão ingressando na fase de florescimento. As demais áreas permanecem em desenvolvimento vegetativo, apresentando aspecto sanitário satisfatório e promissora expectativa de rendimento.

Arroz – As lavouras de arroz em geral não sofreram maiores impactos com o temporal que atingiu o Estado em 16/01. Há somente relatos de danos pontuais na estrutura de taipas de algumas lavouras em virtude da intensidade da precipitação. A cultura se encontra em fase vegetativa e manifesta boa tolerância ao acamamento, condição que tende a modificar-se nas próximas semanas, em função do aumento das áreas em fase reprodutiva, quando a exposição a ventos fortes pode ocasionar danos significativos. Porém, os rizicultores de lavouras em estágio de floração estão atentos às diminuições das temperaturas, adotando a estratégia de elevação da altura da lâmina de irrigação para aumentar a tolerância ao frio prejudicial – principalmente abaixo de 15 °C.

OLERÍCOLAS

O evento climático entre os dias 16 e 17/01 causou diversas perdas para a olericultura em alguns municípios: na região de Lajeado, houve danos em estufas em Santa Clara do Sul e em Teutônia; na de Porto Alegre, em Gravataí, 20 estufas foram atingidas, e houve perdas em relação à produção e à qualidade das hortaliças; na de Santa Maria, em Restinga Seca, estufas foram danificadas; e na de Soledade, em Lagoa Bonita do Sul, duas estufas sofreram danos.

Alho – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, os bulbos colhidos seguem nos galpões, onde passam pelo processo de cura; a qualidade da safra ficou bastante abaixo do esperado. Estima-se redução de produtividade nas lavouras entre 40% e 50%. O início da comercialização deve atrasar em relação à expectativa inicial, devendo começar somente em fevereiro. O preço ainda continua sem definição, embora haja perspectiva positiva devido ao baixo volume colhido nesta safra. Os produtores estão preocupados acerca da possível entrada deliberada de alho argentino no Brasil. É período de entressafra, e não há comercialização.

 

FRUTÍCOLAS

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a colheita de laranja foi encerrada. Os produtores realizam manejo fitossanitário. A safra de laranja e bergamota será menor em decorrência da queda de frutos. A cultura do pêssego, com 64 hectares na região, apresenta produtividade baixa em virtude do granizo. Resta colher alguma produção das variedades Eragil e Chiripá. O preço ao produtor está em R$ 5,00/kg. Figo apresenta frutos em desenvolvimento e em colheita; há intenso ataque de pássaros. A colheita da uva está em andamento, e os frutos apresentam baixa qualidade, além de cachos pequenos e em número menor que o esperado no início da safra, consequência de chuvas excessivas e granizo. A produtividade deve ficar em torno de 10 t/ha. O preço varia de R$ 2,70 a R$ 6,00/kg.

 

PASTAGENS E CRIAÇÕES

A maioria das propriedades apresenta boa oferta de pastagens. No geral, as condições meteorológicas têm favorecido o rápido rebrote das forrageiras. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, neste período do ano, o campo nativo experimenta uma aceleração no rebrote. No entanto, as pastagens cultivadas se desenvolvem de forma limitada em virtude do excesso de calor. Na de Pelotas, as pastagens nativas apresentam boa disponibilidade de forragem, e as pastagens cultivadas enfrentam desafios de desenvolvimento em decorrência da compactação do solo, causada pelas chuvas. Na de Santa Maria, a oferta de forrageiras a campo segue adequada às necessidades dos rebanhos. Na de Santa Rosa, o procedimento de corte e produção de feno segue em execução. As lavouras de milho destinadas à silagem estão praticamente colhidas e revelam boas produtividades. Na de Soledade, observa-se excelente disponibilidade de forragem, que promoveu o ganho de peso significativo do rebanho bovino e ovino.

APICULTURA – Na região da Emater/RS-Ascar de Bagé, o período atual é desfavorável para a apicultura, devido aos dias nublados e às chuvas intensas, que impedem as abelhas de forragearem e reduzem a disponibilidade de néctar e pólen das flores. Na de Caxias do Sul, os apicultores realizaram práticas de manejo, envolvendo roçadas, confecção de caixas e caixilhos, colocação de cera alveolada, além da adição de melgueiras ou sobre-ninhos. Na de Erechim, os apicultores observam uma diminuição na atividade das abelhas nas colmeias, bem como oferta reduzida de recursos apícolas. Até o momento, a colheita ainda é incipiente. Na de Ijuí, a produção de mel está muito abaixo do esperado, e há enxames pequenos e baixo estoque de alimentos nas colmeias. Na de Passo Fundo, o processo de enxameação permanece em ritmo lento, apresentando desafios para captura e formação de novas colmeias. Na de Pelotas, em Piratini, a extração de mel foi prejudicada em razão do excesso de chuvas. Na de Santa Rosa, há registro de atividade constante das operárias na coleta de mel e pólen. Na de Soledade, as compras de mel estão mostrando reação positiva, embora o preço pago ao apicultor permaneça estável.

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