Há consenso entre os integrantes do governo mais próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que ele mantém o advogado Cristiano Zanin como favorito para ocupar a primeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) aberta no governo Lula. O posto será aberto em maio, com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski.
Zanin está sob artilharia de aliados do presidente que defendem a escolha de outros nomes para a Corte. O advogado se tornou alvo de críticas após ser contratado pelas Americanas na ação contra o BTG Pactual. As queixas chegaram a Lula.
Ministros do governo relataram que o presidente não teria considerado esse fato “um problema” e disse que, como advogado, Zanin precisa trabalhar.
Zanin disse a pessoas próximas que Lula ainda não garantiu a ninguém, inclusive a ele, a indicação ao Supremo. E que, portanto, não pode simplesmente abrir mão das atividades no escritório e deixar de advogar.
Quando é indagado sobre o fato de ter pego um cliente tão grande e controverso como as Americanas, Zanin tem ressaltado que também assumiu o caso Varig há quase 20 anos. E que é natural que seu nome seja lembrado, sem associação a Lula, em imbróglios empresariais do tipo. A longa carreira na advocacia, por sinal, é sublinhada por Zanin ao se mostrar aberto a novo desafio no STF, caso seja o desejo de Lula.
Nos últimos dias, o presidente criticou duramente Jorge Paulo Lemann, um dos maiores acionistas das Lojas Americanas. E disse que o rombo da empresa configura uma “motociata”, em comparação com o termo “pedalada fiscal”.