A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) disse ter sido excluída da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas no Congresso Nacional. O requerimento para a criação do grupo foi apresentado no último dia 2 de março, mas, não teve a presença da congressista, que é indígena. Para Waiãpi, a frente é “ilegítima”.
– Nós [indígenas] temos e queremos toda a oportunidade de concorrer de igual para igual no século 21. Essa frente parlamentar é ilegítima, porque vive no século 21, mas condena o seu povo a viver em 1500, e eu não vou fazer isso com o meu povo – disse a deputada, em vídeo.
A parlamentar, que era apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes mesmo de fazer parte do Legislativo federal, afirmou que a exclusão dela do grupo foi um ato de “preconceito contra uma mulher indígena que quer que o seu povo tenha oportunidade”.
– Aqueles que deveriam me chamar, foram os primeiros a me segregar e atuar com preconceito contra uma mulher indígena que quer que o seu povo tenha oportunidade, viva no século 21 e que não seja condenado a viver no passado como em 1500 – declarou.
Ao site Poder 360, a coordenadora-geral da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas na Câmara, deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), afirmou que Silvia Waiãpi não foi convidada para o grupo por integrar articulação de “defensores do garimpo”.
– Nossa frente parlamentar foi uma articulação em defesa dos povos indígenas. É para fazer frente ao desmatamento, ao garimpo, à mineração predatória. Não articulamos com defensores do garimpo e aliados de Ricardo Salles – afirmou Célia Xakriabá.
