Após conceder sua aprovação à bênção de uniões homossexuais, o papa Francisco criticou o que denominou como “posições ideológicas inflexíveis” e defendeu a abertura da Igreja para explorar “caminhos inexplorados”. Essas observações foram feitas durante sua saudação de Natal aos membros da Cúria, a administração central do Vaticano.
Na ocasião, Francisco referiu-se ao conflito entre conservadores e progressistas, situando-o 60 anos após o Concílio Vaticano 2, conforme relatado pela agência Reuters.
“Permaneçamos atentos às posturas ideológicas rígidas que, muitas vezes, sob a aparência de boas intenções, nos alienam da realidade e nos impedem de avançar. Em vez disso, somos chamados a partir e a viajar, como os magos, seguindo a luz que constantemente deseja nos orientar, por vezes, por caminhos inexplorados e novas estradas”, declarou o líder religioso.
O pontífice também afirmou que “a fé cristã não busca confirmar nosso senso de segurança, nos manter confortáveis em certezas religiosas e oferecer respostas rápidas para os complexos problemas da vida”.
A decisão de permitir a bênção a casais homossexuais provocou indignação entre cristãos conservadores, recebendo reações até mesmo de líderes evangélicos. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, classificou o papa como “hipócrita” e afirmou que ele “envergonha os católicos”.
“O questionamento é: onde, no cristianismo, em nome do amor, é permitido pecar ou abençoar práticas criminosas? Em lugar nenhum! Entenda: o Deus que é amor não enviará pessoas para o inferno”, disse ele em um vídeo, citando passagens bíblicas como Salmo 9:17 e Apocalipse 21:8.
E também o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo destacou que existem “mais de 20 textos na Bíblia que condenam práticas sexuais fora do casamento heterossexual” e afirmou em uma mensagem ao Pleno.News que o pontífice “falsifica a Palavra de Deus”.
