O Exército Brasileiro destinou R$ 3,6 milhões para a construção de uma residência de alto padrão para um general no Setor Militar Urbano de Brasília. O novo imóvel integra a Quadra Residencial de Generais, um condomínio privado destinado ao Alto-Comando da Força Terrestre. O local, cercado e protegido por guardas, oferece infraestrutura completa, incluindo academia, churrasqueiras, lago ornamental, parque infantil, piscinas, pista de cooper e quadras de tênis e vôlei.
Segundo uma nota do Exército, a residência, com 659 metros quadrados e sete quartos (quatro suítes), será atribuída a generais que atuam na capital federal. O comunicado explica que trata-se de um Próprio Nacional Residencial (PNR) da União, de uso exclusivo funcional, cujo custo é coberto pela ocupação do imóvel. Brasília já possui outros oito PNRs similares para oficiais-generais do Exército.
Conhecido entre os militares como “fazendinha” devido às casas espaçosas, à ampla área arborizada e à presença de animais, o condomínio é reservado para oficiais de quatro estrelas. A casa número 1 é designada ao comandante do Exército.
A construção, divulgada pela revista Sociedade Militar, teve seu contrato assinado em 28 de dezembro de 2022, nos últimos dias da administração de Jair Bolsonaro (PL), com a previsão de conclusão em abril de 2024. Atualmente, o imóvel está ocupado por um oficial-general de alta patente.
Um oficial argumentou que a nova residência era necessária desde a criação do Comando Militar do Norte em 2013. A falta de um imóvel adequado gerava um efeito cascata, forçando generais de diferentes patentes a ocuparem residências inadequadas para suas funções, resultando em deslocamentos desnecessários.
Além dos militares, agentes públicos civis, como ministros e servidores comissionados, também têm acesso a imóveis funcionais. Em Brasília, esses imóveis geralmente são apartamentos. Generais de Divisão e Brigada podem optar por apartamentos na Superquadra Norte 102, na Asa Norte, ou por uma das três casas no Lago Sul. A distribuição dessas residências é feita pela Prefeitura Militar de Brasília, com base na função e antiguidade do oficial.
Para residências funcionais, é cobrada uma taxa que varia de acordo com o tipo de imóvel: 3,5% do soldo para apartamentos e 5% para casas. Com um soldo de R$ 13,4 mil, um general paga R$ 673,55 por mês para residir na Quadra Residencial dos Generais, podendo chegar a R$ 37 mil com gratificações.
Em abril, o ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes das Forças Armadas participaram de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara para expressar suas preocupações sobre os cortes no orçamento, que afetaram os gastos com munição e combustível. No entanto, esses protestos são contrastados pelos elevados gastos em bens de consumo.
