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Suspeitos de Matar Professores da UFSM são Presos com Ajuda de Videomonitoramento no Norte do RS

Crime ocorrido em hotel de Mato Castelhano foi elucidado pela Polícia Civil através de imagens de câmeras e reconhecimento de vítimas; ação foi motivada por vício em entorpecentes.

A prisão dos suspeitos de assassinar dois professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na última quinta-feira (25), em um hotel de Mato Castelhano, no norte do Rio Grande do Sul, foi realizada com a ajuda de imagens de câmeras de videomonitoramento, reconhecimento das vítimas e uma terceira pessoa mencionada pelos criminosos.

Felipe Turchetto, 35 anos, e Fabiano de Oliveira Fortes, 46, foram mortos a tiros no hotel Romanttei na madrugada de 25 de julho. Eles chegaram ao local durante um assalto, foram amarrados pelos criminosos e baleados ao tentarem reagir. Os dois acompanhavam um grupo da UFSM em visita à Floresta Nacional de Passo Fundo.

Segundo o delegado Diogo Ferreira, responsável pela investigação, a Polícia Civil identificou os suspeitos logo no início, através do reconhecimento das vítimas com a ajuda de fotografias.

A partir dessas identificações, as equipes buscaram informações e imagens de câmeras de videomonitoramento. As câmeras do prédio da Câmara de Vereadores de Mato Castelhano foram cruciais, capturando imagens e áudio dos suspeitos minutos após o crime.

— Após sair do hotel, a dupla atravessou a rua e passou perto de uma câmera da Câmara de Mato Castelhano. No áudio, ouvimos eles falando sobre o crime e mencionando a necessidade de pedir ajuda a um terceiro homem, que reside no interior de Mato Castelhano. Esse terceiro indivíduo foi ouvido e reconheceu os envolvidos, mas descartamos sua participação no crime. Com base em outras informações e evidências, conseguimos confirmar a presença dos dois suspeitos na cena do crime — explicou Ferreira.

Arquivo pessoal

Durante e após o crime

No hotel, as câmeras de videomonitoramento não estavam funcionando e havia pouca checagem dos dados dos novos hóspedes. Conforme Ferreira, ao chegarem ao estabelecimento, os assaltantes anotaram apenas seus primeiros nomes em um caderno e forneceram telefones que não correspondiam.

A ação dos criminosos começou por volta das 4h e durou cerca de 20 minutos. A Polícia Civil confirmou que os professores e um pequeno grupo de estudantes chegaram ao local durante o assalto e foram rendidos, junto com outros clientes e funcionários do hotel, que foram amarrados com lacres facilmente rompíveis.

As vítimas não souberam especificar qual dos dois assaltantes disparou os tiros, mas relataram que um estava de cara limpa e o outro com parte do rosto coberto.

Depois de atirarem em Felipe e Fabiano, os criminosos fugiram e pararam em frente à Câmara de Vereadores de Mato Castelhano, onde discutiram pedir ajuda a uma terceira pessoa.

Após o assalto, a dupla chegou a Passo Fundo por volta das 7h do dia 25. Segundo Ferreira, é possível que tenham conseguido uma carona para voltar à cidade.

— Analisamos imagens de um hotel onde um deles chegou transtornado. Localizamos o carro deles a cerca de 10 quadras do local do crime, então é possível que tenham conseguido uma carona até Passo Fundo.

Arthur Ruschel / Agencia RBS

Ação amadora motivada pelo vício em crack

Os assaltantes levaram cerca de R$ 6 mil em dinheiro do hotel e das vítimas, além de dois celulares, que foram descartados. Do valor total, pelo menos R$ 5 mil não foram encontrados.

Os presos, dois homens de Passo Fundo com 42 e 45 anos, tinham diversos antecedentes criminais: um por tráfico e furtos, e o outro por furtos, roubos e receptação.

Os dois estavam sob forte influência de entorpecentes durante o crime e a prisão, disse o delegado:

— Isso ficou claro quando tentaram fazer transferências por Pix e nem conseguiram lembrar das chaves corretas. Ou seja, não se prepararam, foram amadores e estavam fora da realidade.

Outro indício do estado mental dos suspeitos foi a fragilidade dos lacres usados para amarrar os reféns.

— Diferente de outros crimes que investigamos, onde há planejamento e os criminosos são experientes, neste caso foi um crime bem amador — reiterou Ferreira.

Os suspeitos não falaram nada no momento da prisão e não apresentaram advogado.

Próximos passos da investigação

Reprodução RBS TV / Divulgação

Após ouvir mais de 12 pessoas, a Polícia Civil fará análises de quebras de sigilo telefônico e reconhecimento pessoal da dupla presa. Além disso, o objetivo é finalizar um relatório para concluir o inquérito policial e solicitar a conversão da prisão temporária em prisão preventiva.

No momento, os dois estão presos no Presídio de Passo Fundo.

— A Polícia Civil trabalhou arduamente desde o início para esclarecer o caso e dar uma resposta à sociedade — disse o delegado, alertando a população para não reagir em casos de assalto.

— Principalmente quando o criminoso está armado e sob influência de drogas, ele não hesitará em atirar — completou.

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