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quarta-feira, fevereiro 12, 2025
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A triste situação do Brasil nos rankings de Educação: descaso antigo e progressivo

É uma verdade universalmente conhecida (como dizia a romancista Jane Austen) que a maioria dos brasileiros quase não lê livros; que boa parte da população de nosso país é analfabeta funcional, ainda que com diploma de curso superior; e que o índice de analfabetismo no Brasil ainda é extremamente alto: 9,3 milhões não sabem ler e escrever, a grande maioria com mais de 40 anos, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada pelo IBGE em março de 2024. O Nordeste – ainda – lidera o ranking de analfabetos: 11,2%, diante de 2,9% e 2,8%, respectivamente no Sudeste e no Sul. Sim, houve uma pequena queda no analfabetismo no país, muito pequena, mas esses dados perturbadores apenas refletem os lugares ínfimos que a terra brasilis tem ocupado em rankings mundiais de Educação.

O pior é que o governo pouco ajuda: em 2024, bloqueou R$ 1,3 bilhão do orçamento do MEC, em especial nos ramos de Ciência e Tecnologia no Ensino Superior. Em 2023, barrou R$ 332 milhões de recursos públicos para a Educação, impactando em especial a Educação Básica, a alfabetização de crianças, o transporte escolar e as bolsas de estudo. Mas pode piorar: até 2030, há expectativas de que sejam cortados R$ 42,3 bilhões em verbas para o ensino integral. Claramente, Educação não é prioridade no Brasil atual. Provavelmente nunca foi, mas quem se importa?

Como exemplo de rankings educacionais, temos o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que monitora o desempenho de centenas de países. Nesse significativo medidor de conhecimentos de estudantes de 65 nações, 34 delas pertencentes à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil ocupa os últimos lugares. Segundo o MEC, estamos atualmente na 53º posição na tabela geral do PISA: entre as nações latino-americanas, “superamos” a Argentina e a Colômbia e ficamos 19 pontos atrás do México, 49º colocado, a 26 do Uruguai, 47oº, e atrás 38 pontos do Chile, 45º.

​E mais: segundo a OCDE, os estudantes brasileiros apresentam dificuldades significativas em áreas como Matemática, leitura e ciências. Essa defasagem traz em seu bojo um déficit de competências essenciais para o mercado de trabalho do século XXI, além de limitar as oportunidades de ascensão social.

Daí a fuga iminente, e já em curso, de cérebros privilegiados em várias vertentes de pesquisa e ciência. Vão do Brasil para o mundo, onde possam encontrar acolhimento e financiamento. E ​há, ainda​, a alta evasão escolar e universitária, os baixos desempenhos de alunos e instituições em avaliações educacionais e, mais uma vez, a carência de estímulos ao desenvolvimento científico e à pesquisa em geral.

É claro que não podemos deixar de reconhecer importantes descobertas e contribuições de pesquisas científicas advindas do Brasil. Porém ,é fato que a situação é difícil, o solo para “plantar” é árido e as perspectivas indicam um horizonte nebuloso.

Fica mais fácil quando há interesse em mudar a situação, mas parece que estamos mais envolvidos em emendas secretas sem transparência para o Congresso, manutenção dos luxos do Executivo com seus cerca de 40 ministérios, Legislativo e Judiciário, das mais de 400 estatais, quase todas deficitárias, e da propaganda institucional de um governo que precisa investir cada vez mais em sua imagem porque suas ações não falam por si mesmas.

Há esperança, sempre há. Se não houver, o que nos restará?

É bom lembrar que a justiça social, tão esmaecida no Brasil, tem tudo a ver com Educação, então precisamos investir nela. E na colaboração da sociedade com o governo e vice-versa – mas é do governo que devem partir, massivamente, verbas e iniciativas a favor do povo: Educação, Saúde, Segurança, Economia. Democracia: governo do povo, o que nos dá, a cada um de nós, não só o direto, mas o dever de fiscalizar e cobrar nossos governantes com o que fazem de nosso suado dinheiro público, “engolido” por impostos e taxações irrefreáveis.

Será falta de conhecimento econômico no governo, ou é apenas descaso? Quem sabe ambas as coisas, um ouroboros, duas “serpentes” devorando a cauda uma da outra. Seja como for, o que sabemos, e é visível e taxativo, é que o Brasil ainda precisa melhorar muito para ter uma Educação minimamente aceitável. Não apenas em rankings, mas no dia a dia, refletida nos campos pessoal, social e profissional. Educação é um direito de todos, mas um privilégio de poucos na terra onde um dia já cantou o sabiá, hoje quase não pia​, até porque pode ser preso se piar “desinformação”…

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