A Black Friday de 2023 enfrentou dificuldades significativas, marcando o segundo pior desempenho desde o início do evento promocional no Brasil em 2010. Embora não tenha atingido a maior retração de faturamento, registrada em 2022 com quedas entre 23% e 34% no comércio online, a edição de 2023 viu uma redução adicional no tamanho do volume total de vendas do setor.
É importante observar que os números apresentados não incluem as vendas em lojas físicas, uma vez que estas foram incorporadas às estratégias das empresas nos últimos anos. Durante a Black Friday, varejistas destacaram um aumento nas conversões de consumidores em lojas de eletrônicos e moda.
Diversos fatores contribuíram para esse cenário, incluindo descontos aquém das expectativas e a persistente pressão financeira da população, ainda lidando com dívidas. A oferta limitada de promoções, focalizando um número menor de produtos, tem sido uma estratégia adotada pelo varejo para preservar a rentabilidade e reduzir os custos de capital.
A receita foi impactada por uma redução no volume de pedidos, que alcançou 5,1 milhões, representando uma queda de 14,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, o tíquete médio por compra atingiu R$ 675,36, apresentando uma estabilidade em comparação com 2022, com uma diminuição marginal de 0,1%.
Apesar da queda geral, grandes cadeias varejistas, como Mercado Livre e Magazine Luiza, conseguiram crescer em relação a 2022. Especialistas apontam que o recuo afetou principalmente varejistas digitais de menor porte e segmentos mais dependentes de crédito.
O impacto econômico da Black Friday também se refletiu na redução das tentativas de fraudes online. Durante o período, foram registradas 18,6 mil tentativas de ações fraudulentas, totalizando aproximadamente R$ 26,6 milhões, o que representa uma redução significativa de 56,4% em comparação com o ano anterior. As categorias mais afetadas por atividades fraudulentas foram ferramentas, passagens aéreas e brinquedos.
Em termos de vendas, os produtos mais comercializados incluíram eletrodomésticos, eletrônicos e telefonia, representando 20,8%, 15,1% e 11,9% do total, respectivamente. Quanto aos métodos de pagamento online, o cartão de crédito liderou com 56,5%, seguido por pagamentos via PIX (30,3%), boleto bancário (8,2%) e e-wallets, cashback, débito e vales (5%).
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