O javali (Sus scrofa), considerado uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo, tem causado problemas no Rio Grande do Sul devido a um impasse criado pela legislação ambiental brasileira para o controle da espécie. O assunto será debatido em uma audiência pública em Vacaria, a pedido do deputado estadual Paparico Bacchi (PL) à Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo (CAPPC) da Assembleia Legislativa.
O governo federal suspendeu as novas emissões de autorizações para o controle de javalis em julho, estabelecendo regras para a aquisição de armas de fogo e atividades de caça. Isso transferiu a responsabilidade pelo controle para o Exército, que posteriormente repassou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a competência para emitir o documento comprobatório da necessidade de abate de fauna invasora.
O deputado Paparico Bacchi expressou preocupação com a burocracia envolvida na concessão de licenças a caçadores autorizados para auxiliar no controle populacional dos javalis, dificultando os esforços para barrar os prejuízos causados pela espécie em propriedades rurais.
O javali foi introduzido no Brasil na década de 1960 para servir de alimento, mas foi declarado nocivo em 2013 devido a sua alta taxa de reprodução e ausência de predadores naturais, o que levou à sua expansão descontrolada. A espécie representa uma ameaça à biodiversidade e à conservação dos recursos naturais e é responsável por enormes perdas em propriedades rurais do Rio Grande do Sul, onde invade plantações, ataca animais e apresenta riscos sanitários.
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