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sábado, setembro 7, 2024
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Desabrigados pela enchente ainda enfrentam dificuldades na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre

Cerca de 75 pessoas permanecem sem alternativa de moradia, enquanto prefeitura intensifica esforços de assistência e limpeza na região

O gari Adilson Soares Pinto, 58, e sua esposa, Graziela Lemos Brito, 40, aproveitaram a segunda-feira ensolarada para amenizar o frio. Eles escolheram a grama que recobre o canteiro central da BR 290, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, para se sentarem e aquecerem, enquanto observavam os carros e conversavam sobre a reconstrução de sua casa na Ilha Grande dos Marinheiros, que foi alagada no início de maio.

O casal já voltou para o imóvel, apesar de não terem condições de repor o que perderam na inundação. No entanto, quase diariamente, eles retornam para a margem da rodovia federal, um hábito adquirido durante os 45 dias que viveram no local em uma barraca improvisada. Dois meses depois, cerca de 75 pessoas desabrigadas ainda não têm alternativa.

“Nós e muitos vizinhos viemos para cá. Não tínhamos o que fazer, perdemos tudo”, explica Pinto.

Embora o casal ainda não tenha todos os móveis e não tenha trocado as portas ou reparado as paredes danificadas pela água, eles dormem todos os dias um pouco mais protegidos do frio do inverno. Isso é diferente de muitos dos amigos que permanecem no canteiro central da rodovia por necessidade. “Acabei de comprar uma cozinha, foi só o que deu até agora”, diz Graziela.

Além das tendas improvisadas, algumas pessoas dormem em veículos estacionados nas laterais da rodovia. Essa situação deve persistir até que os níveis do Guaíba e do Rio Jacuí baixem o suficiente para oferecer segurança.

A recicladora Daniela Alessandra Carvalho, de 35 anos, moradora da Ilha do Pavão, passou a viver em uma Kombi com suas duas filhas, de 9 e 16 anos, e seu filho bebê, de três meses. “Nem lembro mais quando foi a última vez que não houve inundação”, disse ela.

“Eu não confio, vivo com medo de alagar de novo. No inverno temos cheias, em setembro sempre tem mais água, não sei o que vai ser da gente”, desabafa Adilson.

Para amenizar o problema, a prefeitura de Porto Alegre mantém um posto avançado com serviços de saúde, assistência social e habitação no bairro Arquipélago. Equipes da Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb) se uniram a representantes da Marinha do Brasil para intensificar a retirada de entulhos e a limpeza das ruas. A região das Ilhas conta com uma força-tarefa de 15 garis, que trabalham com sete caminhões e duas retroescavadeiras para recolher os resíduos.

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