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sábado, setembro 7, 2024
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Lula Reage às Ameaças de Maduro e Defende Respeito ao Processo Eleitoral na Venezuela

Presidente brasileiro expressa preocupação com declarações de Maduro sobre "banho de sangue" e reforça a importância de uma eleição reconhecida internacionalmente para restaurar a normalidade no país vizinho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu romper o silêncio e responder diretamente às ameaças do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que mencionou a possibilidade de um “banho de sangue” e uma “guerra civil fratricida” caso perca as eleições na Venezuela. Em uma entrevista concedida a agências internacionais no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (22), Lula expressou seu “assombro” diante das declarações de Maduro e enfatizou a necessidade de respeito ao resultado eleitoral.

“Fiquei assustado com a declaração de Maduro sobre um possível banho de sangue se ele perder as eleições. Quem perde eleições recebe um banho de votos. Maduro precisa aprender que, ao ganhar, você permanece; ao perder, você deve sair”, afirmou Lula.

O presidente brasileiro também destacou a importância de um “processo eleitoral” reconhecido globalmente para que a Venezuela possa retornar à “normalidade”.

“Já conversei com Maduro duas vezes, e ele sabe que a única forma da Venezuela voltar à normalidade é através de um processo eleitoral que seja aceito por toda a comunidade internacional. Se Maduro deseja contribuir para o crescimento da Venezuela, a reintegração dos venezuelanos que saíram do país e o estabelecimento de um ambiente econômico estável, ele deve respeitar o processo democrático”, acrescentou o petista.

Anteriormente, Lula havia abordado o tema de maneira indireta e geral, sem tocar diretamente nos discursos intimidatórios de Maduro.

“Por que eu iria querer brigar com a Venezuela, com a Nicarágua, com a Argentina? Eles devem eleger os presidentes que preferirem. O que me interessa é a relação entre os Estados”, disse Lula na última sexta-feira (19).

MUDANÇA DE POSTURA

A declaração de hoje reflete uma recente mudança na postura de Lula em relação à situação política na Venezuela. Em junho do ano passado, o petista havia defendido a ideia de que o conceito de democracia é “relativo” quando questionado pela Rádio Gaúcha sobre a persistência de parte da esquerda em apoiar o regime de Maduro.

“A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo. Eu aprecio a democracia, pois foi ela que me permitiu chegar à Presidência pela terceira vez. É por isso que valorizo a democracia e a exerço plenamente. O mundo sabe que a governança do PT é um exemplo de exercício da democracia”, declarou na época.

AMEAÇAS DE MADURO

Em um comício em Caracas na última quarta-feira (17), Maduro fez declarações que geraram preocupação internacional.

“No dia 28 de julho, decidir-se-á se a Venezuela continuará em paz ou se enfrentará desestabilização e guerra civil. Se a direita fascista enganar a população venezuelana, haverá um banho de sangue e uma guerra civil, pois o povo não permitirá que lhe tirem o país. Não aceitará a entrega da Guiana Essequiba, nem a privatização dos direitos sociais”, afirmou Maduro.

No sábado (20), ele reiterou suas ameaças, mencionando uma Venezuela “convulsionada e violenta”.

“Em 28 de julho, o futuro da Venezuela será decidido para os próximos 50 anos: será uma Venezuela de paz ou uma Venezuela convulsionada, violenta e cheia de conflitos. Paz ou guerra”, acrescentou.

Maduro também insistiu que é o favorito na eleição deste ano, apesar das pesquisas independentes indicarem o contrário.

“A partir de agora, querem alegar fraude. Eles sabem a verdade, a rua sabe a verdade, o povo sabe a verdade. Estamos vencendo, e todos sabem disso, inclusive Corina Machado, líder da oposição, e os estrangeiros”, afirmou.

Uma pesquisa recente realizada pelo Centro de Estudos Políticos e Governamentais da Universidade Católica Andrés Bello (CEPyG-UCAB) e pela empresa Delphos indica uma provável derrota para Maduro, com o candidato opositor Edmundo González Urrutia liderando com 59,1% das intenções de voto, contra 24,6% para Maduro.

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