A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi detida nesta quinta-feira (9) ao sair de uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro, realizada em Chacao, região de Caracas. Essa foi sua primeira aparição pública em cinco meses. O paradeiro de María Corina é desconhecido, segundo sua assessoria.
De acordo com o Comando ConVzla, coalizão da oposição, agentes do regime interceptaram a opositora de forma violenta, atacando motocicletas que a transportavam. Testemunhas relatam disparos de armas de fogo durante a abordagem. Em resposta, o governo Maduro desqualificou o episódio, chamando-o de “distração” criada pela oposição.
Apoio Internacional e Clamor por Liberdade
Edmundo González, opositor que se proclama presidente eleito da Venezuela, exigiu a libertação imediata de María Corina e alertou as forças de segurança sobre as consequências de sua prisão. O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também se manifestou, pedindo a proteção da integridade física da opositora.
Nos últimos meses, María Corina relatou perseguições frequentes, incluindo o cerco à casa de sua mãe, de 84 anos, por agentes do regime, além de cortes de energia na região.
Contexto de Instabilidade
O episódio ocorre em um momento de elevada tensão na Venezuela. O regime chavista, que afirma ter vencido as eleições presidenciais de julho, enfrenta acusações de fraude eleitoral pela oposição. Edmundo González, que conta com apoio internacional, incluindo dos Estados Unidos, declarou que retornará a Caracas para tomar posse como presidente no dia 10.
Paralelamente, o governo Maduro intensificou suas ações de controle, armando civis chavistas com fuzis de fabricação russa e reforçando a presença de milícias e grupos paramilitares nas ruas. Essas medidas, aliadas às prisões de opositores, têm gerado críticas dentro e fora do país, aumentando a pressão internacional contra o regime.
A situação permanece tensa, com protestos de ambos os lados marcados para os próximos dias, enquanto o futuro político da Venezuela continua incerto.