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Morre o médico paulista que atestou a morte de Joseph Mengele, fugitivo nazista que se escondia no Brasil e viveu, também, em Cândido Godoi 

Ricardo Berriel realizou o exame cadavérico em um homem afogado, em 1979, sem saber a verdadeira identidade da vítima. (Foto: EBC)    |        O Sul

Vítima de câncer, o médico paulista Ricardo Viegas Berriel morreu aos 72 anos na cidade de Bauru (SP). Ele ficou conhecido por assinar, em 1979, o atestado de óbito de um imigrante austríaco identificado como Wolfgang Gerhard, mas que na verdade era o coronel-médico alemão Josef Mengele, responsável por experimentos com seres humanos nos campos de concentração da Alemanha nazista durante a 2ª Guerra Mundial.

Berriel tinha 28 anos e estava de plantão no Hospital de Pronto-Socorro da cidade de Bertioga (na época ainda um distrito de Santos, no litoral de São Paulo) no dia 7 de fevereiro de 1979, quando foi chamado para examinar o corpo de uma vítima de provável afogamento na Praia da Enseada.

“Eu vi sobre a mesa o cadáver de um senhor de baixa estatura e sem sinais de violência, vestindo apenas um calção”, relembraria posteriormente. “O que chamou mais a atenção foi o bigodão”.

No boletim de ocorrência sobre o incidente na orla, foi apontado como provável causa da morte um mal-súbito. Wolfgang/Mengele tinha 68 anos, era viúvo, trabalhava como técnico mecânico e residia no bairro do Brooklin Novo, na capital paulista.

De acordo com depoimentos de algumas das poucas testemunhas presentes na ocasião, a vítima se sentiu mal quando nadava e foi socorrida por populares, mas morreu no local. Mengele acabou sepultado com o nome falso, em um cemitério na cidade de Embu das Artes.

Descoberta

Em 1985, porém, uma investigação conduzida por autoridades brasileiras e alemãs confirmou a suspeita de que a ossada pertencia ao “Anjo da Morte” de Adolf Hitler e que jamais foi capturado para julgamento pelas barbáries cometidas contra presos – geralmente judeus – que incluíam crianças e grávidas.

A descoberta tardia do disfarce em solo brasileiro partiu de uma inteceptação feita por investigadores alemães sobre cartas entre um casal alemão residente no Brasil (e que havia hospedado o imigrante estrangeiro) e um ex-funcionário da família de Mengele. Acionada, a Polícia Federal encontrou correspondências que corroboravam a tese.

Um exame genético realizado no Reino Unido confirmou que os restos mortais eram mesmo do médico nazista. O filho de Mengele, Rolf, nunca requisitou o material, que depois chegou a ser utilizado em aulas de Medicina na Universidade de São Paulo (USP).

Autor de um livro sobre o assunto, o historiador polonês naturalizado brasileiro Ben Abraham sustenta que tudo não passou de uma farsa. Segundo ele, o corpo enterrado no Brasil em 1985 era de um sósia.

Livro atribui ao médico nazista Josef Mengele o ‘boom’ de gêmeos em Cândido Godói

BBCBrasil

A alta incidência de gêmeos em uma cidadezinha do Rio Grande do Sul poderia ser resultado de experiências genéticas realizadas pelo médico nazista Josef Mengele, segundo afirma uma biografia recém-publicada do chamado “Anjo da Morte”.

cgA tese, rebatida por um geneticista ouvido pela BBC Brasil, está no livro “Mengele: El Ángel de la Muerte en Sudamérica” (Mengele: o Anjo da Morte na América do Sul) de autoria do jornalista argentino Jorge Camarasa e que virou tema de reportagens reproduzidas nesta semana por veículos em diferentes países.

Segundo ele, a incidência de gêmeos na população de Cândido Godói, cidade próxima à fronteira com a Argentina, começou a crescer após 1963, época da suposta passagem de Mengele pela região.

Com uma população de pouco menos de 7 mil habitantes, Cândido Godói tem mais de cem pares de gêmeos idênticos. A taxa de nascimentos de gêmeos univitelinos na cidade seria de um em cada cinco partos, muito acima da média mundial de um a cada 85 partos.

O fenômeno já é estudado há vários anos pelos cientistas, mas até hoje não surgiu uma tese definitiva para explicar a alta proporção de gêmeos na cidade gaúcha de colonização alemã.

Experimentos genéticos

Mengele, que durante a Segunda Guerra Mundial ficou conhecido por realizar experimentos genéticos, muitos deles com gêmeos, entre os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, viveu escondido na América do Sul após o fim da guerra e morreu afogado em uma praia no litoral de São Paulo em 1979.

Para Camarasa, a coincidência entre a passagem de Mengele por Cândido Godói em 1963 e o início de um “boom” de gêmeos na cidade poderia indicar que o médico nazista teria continuado suas experiências muito após o fim da Segunda Guerra.

Segundo o geneticista Sérgio Danilo Pena, professor titular de Bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a tese levantada pelo livro é “patética”.

“Essa tese é patética. As experiências nazistas, além do enorme custo humano, nunca produziram resultado com veracidade científica. (…) Em Minas Gerais, também há uma cidade com alta incidência de gêmeos e Mengele nunca passou por lá”, disse Pena, que também diretor científico do Laboratório Gene.

Para ele, a alta proporção de gêmeos na cidade deve ser resultado de uma simples flutuação estatística.

“Poção”

Muitos moradores mais velhos de Cândido Godói recordam a passagem do médico, sob a identidade falsa de Rudolph Weiss, pela cidade.

Segundo o relato dos moradores a Camarasa, Mengele ganhou a confiança dos moradores ao se apresentar como veterinário e cuidar dos animais da cooperativa de agricultores da cidade, antes de começar a tratar também dos próprios moradores como médico.

O livro do jornalista argentino relata ainda que um ex-prefeito e médico da cidade, Anencir Flores da Silva, realizou pesquisas e entrevistou centenas de moradores para tentar descobrir a razão da alta taxa de nascimentos de gêmeos.

Segundo Flores da Silva, pessoas tratadas por Mengele contaram que ele “tratava de mulheres com varizes e dava a elas uma poção que ele levava em uma garrafa, ou pílulas que ele trazia com ele”.

O livro de Camarasa conta a fuga de Mengele para uma colônia nazista na Argentina nos anos 1950, suas ligações com o então presidente Juan Perón, sua posterior fuga ao Paraguai nos anos 1960, após a prisão em Buenos Aires de outro criminoso nazista, Adolf Eichman, e sua passagem pelo Brasil, onde viveu em diversas cidades, com a ajuda de um casal alemão, até sua morte em Bertioga.

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