O apresentador Silvio Santos, ícone da televisão brasileira por mais de seis décadas, faleceu neste sábado (17), aos 93 anos, no hospital Albert Einstein, onde estava internado desde o início de agosto. A notícia foi confirmada pelo SBT nas redes sociais.
Silvio Santos, conhecido por jogar aviõezinhos de dinheiro para o público, começou sua trajetória como camelô e se transformou em um dos maiores empresários da comunicação no Brasil. Quase se lançou na política como candidato à presidência, mas optou por seguir no entretenimento, consolidando-se como um nome de referência na televisão e nos negócios.
Ao longo de sua carreira, Silvio construiu um império que inclui, além do SBT, uma empresa de capitalização, uma rede de hotéis e uma marca de cosméticos. Seu carisma e estilo único de comunicação o tornaram um ícone da televisão brasileira, famoso por distribuir barras de ouro, que ele sempre brincava “valem mais do que dinheiro”.
Nascido Senor Abravanel, em 12 de dezembro de 1930, no Rio de Janeiro, Silvio era filho de imigrantes e começou a trabalhar ainda jovem, vendendo doces durante os intervalos das aulas. Aos 14 anos, iniciou sua jornada como vendedor ambulante, onde demonstrou talento natural para o comércio e o entretenimento, utilizando truques de mágica e piadas para atrair clientes.
Apesar das dificuldades enfrentadas como camelô, Silvio nunca se deixou abater. Sua habilidade em lidar com as adversidades e sua capacidade de comunicação o levaram a ser notado por Renato Meira Lima, um diretor de fiscalização da prefeitura, que o apresentou ao mundo do rádio. Essa oportunidade foi o ponto de virada que o levou a vencer um concurso de locutores, embora ele logo tenha voltado ao comércio ambulante por considerar mais lucrativo.
Quando completou 18 anos, Silvio serviu ao Exército e, mesmo durante o serviço militar, encontrou tempo para trabalhar na Rádio Mauá. Após cumprir suas obrigações militares, decidiu investir novamente na carreira de locutor, migrando para o rádio e, posteriormente, para a televisão.
Na década de 1950, Silvio começou a se destacar no rádio e em apresentações de circo, criando a famosa “Caravana do Peru que Fala”. O sucesso levou a um convite para integrar o programa de Manoel de Nóbrega na Rádio Nacional, aumentando ainda mais sua popularidade.
Ao final dos anos 1950, Silvio se tornou sócio do “Baú da Felicidade” e, eventualmente, adquiriu a totalidade da empresa, dando início ao Grupo Silvio Santos. Nos anos 1960, ele começou a investir na televisão, e em 1981, fundou o SBT, que se tornaria uma das maiores emissoras do país.
Ao longo dos anos, Silvio Santos enfrentou desafios, como a tentativa da Globo de contratar Gugu Liberato, mas ele conseguiu manter o apresentador no SBT, consolidando a emissora como um dos principais concorrentes da Globo.
Silvio Santos também viveu momentos difíceis, como o sequestro de sua filha Patrícia Abravanel, que foi libertada após pagamento de resgate. No dia seguinte, o sequestrador invadiu a casa da família e fez Silvio refém, mas o caso terminou sem tragédias.
Casado duas vezes, Silvio deixa seis filhas e nove netos. Nos últimos anos, suas aparições na TV foram raras, e sua filha Cíntia Abravanel comentou recentemente que o pai “não é mais aquela pessoa” que o público conhecia, destacando a importância da renovação no comando do SBT, agora liderado por suas irmãs Daniela e Renata Abravanel.
