A oposição no Congresso está se mobilizando para solicitar o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após a divulgação de que ele teria dado ordens não oficiais ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a produção de relatórios. De acordo com essas revelações, Moraes teria utilizado mensagens para instruir o TSE, e esses relatórios teriam sido usados para fundamentar decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nos inquéritos sobre fake news e milícias digitais. A informação foi divulgada pela Folha de S.Paulo.
Em resposta, Moraes sustentou que o TSE possui “poder de polícia” e que todos os relatórios solicitados foram “oficiais e regulares”. A senadora Damares Alves (Republicanos) anunciou que o senador Eduardo Girão (Novo) apresentará o pedido de impeachment e sugeriu que Moraes renuncie “pelo bem da democracia”. Segundo Girão, o pedido será formalizado em 9 de setembro como parte de uma campanha nacional para coletar assinaturas de apoio entre outros parlamentares.
A revelação provocou uma série de reações entre os opositores de Moraes. O senador Cleitinho (Republicanos-MG) prometeu não “prevaricar” e exigiu uma postura firme dos colegas senadores. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) classificou o caso como “gravíssimo” e denunciou um suposto “esquema de perseguição” contra bolsonaristas. Deltan Dallagnol, ex-deputado e membro do partido Novo, afirmou que as mensagens confirmam suspeitas antigas sobre a atuação de Moraes e defendeu o impeachment do ministro.
Entretanto, a reação não foi unânime. Enquanto algumas figuras, como o bilionário Elon Musk, manifestaram surpresa com a notícia, membros do governo criticaram a reportagem. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), chamou a matéria de “sensacionalista” e alegou que seu propósito é “desacreditar o STF” para influenciar o julgamento do ex-presidente Bolsonaro, que foi declarado inelegível.