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quarta-feira, setembro 11, 2024
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Por que é um absurdo a linguagem neutra no Hino Nacional, como quer o governo

A linguagem neutra, você já deve ter ouvido falar ou lido em algum lugar, preza pela fluidez de gênero, a favor de pessoas não binárias ou interssexo, por exemplo, algo além de masculino e feminino. Pois bem, toda pessoa é livre para falar do jeito que quiser, dentro da Lei, e pedir para ser tratada – não necessariamente atendida – pelos pronomes que quiser. Por exemplo: todes, substituiria “todos”, que quer dizer, adivinha, todos. Todo tipo de gente. Elo(s) seria um adendo a “eles”, que quer dizer, adivinhe novamente, “todos eles”. Amigues, substitui “amigos”, que envolve, na teoria e na prática, todo o tipo de amigos. E por assim vai. Como disse, protetora das minorias que sou, cada pessoa é livre para falar ou querer ser tratada como quiser. O problema da linguagem neutra é que ela é politizada. Claramente identificada com um lado político no Brasil, cuja língua faz distinção de gênero (há as que não fazem, como o inglês, na maioria dos casos, e o russo). Agora o governo quer que o Hino Nacional, nossa querida e tradicional e inviolável ode ao país, seja em linguagem neutra.
Bem, em primeiro lugar, o Brasil é, ou deveria ser, um país “não binário” politicamente, sem inclinação política que o identifique a priori. É um país de todos, para todos. Então, não se pode politizar o Hino Nacional com uma inclinação política. E, repito: a linguagem neutra, na prática, é politizada. Nem eu sabia desse fato, até observar e ser “xingada”, há um bom tempo, quando a utilizei, “é símbolo da Extrema Esquerda”. Não, não mexam no nosso portentoso hino, ninguém tem o direito de fazer isso politicamente. Se o povo votasse, quem sabe. Em urnas auditáveis, com voto impresso. Mas não um governo parcial.
Não podem ainda ser politizadas a Educação, as instituições de ensino e as faculdades. Está claro na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996. Fico me perguntando por que, após rejeitada a imposição da linguagem neutra nas escolas pelo Congresso, o canetaço de Moraes I, não por acaso identificado com a Extrema Esquerda, foi lá e revogou a decisão: escolas e faculdades, professores e educadores, podem utilizar linguagem neutra. Não podem, está na Lei. Mas sabemos que, no Brasil, a Lei é relativa. E só vale para quem quiserem. Por exemplo, Moraes professor convidado na USP? Como, se é politizado e influência política? LDB/96. Não pode. Mas tudo pode no Brasil atual, tudo é relativo e tudo vai parar no STF, que devia estar sujeito ao verdadeiro órgão legislador, escolhido pelo povo brasileiro, que é o Congresso – Câmara e Senado. “Age quando provocado”, dizem alguns. Não, ninguém legisla por cima do órgão legislador. O Judiciário julga. O Congresso faz e modifica as leis.
Por fim, apesar dos urros de alguns, reitero que não tenho políticos e partidos de estimação. Logo, me sinto obrigada a criticar todos os vários atos anti-democráticos, à luz da Legislação Brasileira e da Constituição Federal, que ocorrem. E um governo que está levando o Brasil ladeira abaixo. Temos, desde a reforma tributária de 2024, o maior imposto sobre consumo do mundo, quase 30%, nos Estados Unidos, aqueles “terríveis capitalistas” onde os críticos do capitalismo gostam de tirar férias, e de lá usufruir as tecnologias, são apenas 7,7%. Ademais, passamos recentemente a ser o país mais endividado da América Latina, passando a Argentina, que levou décadas para chegar a isso. A inflação é galopante, os impostos crescem como gigantescas plantas carnívoras, o rombo econômico é histórico, os três poderes nunca estiveram tão misturados, com um destaque impróprio para as ações do STF. Não para por aí: o único setor que cresceu em 2024 foi o Agro, odiado por alguns aí, e a indústria encolheu, empresas fecham como dominós. Então, se você acha que está tudo bem, imagino que a) não esteja bem informado, ou b) ame muitos seus políticos de estimação, ou até deles dependa diretamente.
Mas eu falava em linguagem neutra. Vou falar francamente: para mim, é uma bobagem essa discussão de inserção em instituições e na identidade nacional. Além dos motivos que já expus, todos os não binários que conheço, absolutamente todos, a) têm um pronome de preferência, ele ou ela, e/ou b) não se importam como são tratados, afinal, são fluidos. É uma ferramenta política, que é livre para ser usada por indivíduos, mas nunca por um governo, nunca. O Brasil democrático, como todo país democrático de verdade, não tem lado político. Não pode politizar sua identidade. E uma de suas grandes identidades é o Hino Nacional. Outra, a Amazônia. Daqui a pouco, quererão chamá-la de “Amazonie”. Não duvido de nada, nesse negócio de impor política e perseguição política ao povo livre. Amo a liberdade, amo poder ser realmente livre, não amo discursos demagógicos e sem prática na política. Liberdade politicamente condicionada, não amo.
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