O preço médio das exportações brasileiras de carne de frango, que inclui tanto produtos in natura quanto processados, ultrapassou novamente os US$ 2 mil por tonelada, conforme levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em agosto, o preço médio foi de US$ 2.089 por tonelada, o que representa um aumento de 8,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o valor era de US$ 1.918. Esse é o maior preço médio desde agosto de 2022, quando a tonelada foi negociada a US$ 2.106.
No total, foram exportadas 379,8 mil toneladas de carne de frango em agosto, uma redução de 12,3% em relação ao volume exportado no mesmo mês do ano passado, que foi de 433,3 mil toneladas. Em termos de receita, a queda foi menor, de 4,5%, totalizando US$ 793,6 milhões em agosto deste ano, contra US$ 831 milhões no ano anterior. Em reais, a receita cresceu 8,1%, alcançando R$ 4,406 bilhões em agosto de 2024, em comparação com R$ 4,074 bilhões no mesmo mês de 2023.
De janeiro a agosto de 2024, o volume total embarcado foi de 3,432 milhões de toneladas, uma redução de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 3,495 milhões de toneladas. A receita acumulada nos primeiros oito meses de 2024 foi de US$ 6,319 bilhões, o que representa uma queda de 7,8% em relação aos US$ 6,858 bilhões registrados no ano anterior. Em reais, a receita acumulada chegou a R$ 33,004 bilhões, uma redução de 4,1% em relação aos R$ 34,412 bilhões registrados em 2023.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, comentou que “o fluxo de embarques registrado até o momento está em linha com a média mensal dos 12 meses de 2023, mantendo-se em torno de 430 mil toneladas”.
Analisando os destinos das exportações, os Emirados Árabes Unidos lideraram com a importação de 39,2 mil toneladas de carne de frango do Brasil em agosto, uma queda de 17% em relação ao ano anterior. Em contraste, as exportações para o Japão cresceram 32%, totalizando 39 mil toneladas. A África do Sul seguiu em terceiro lugar, com 28,1 mil toneladas (+11%), seguida pela Arábia Saudita com 26,9 mil toneladas (-28%) e, em quinto lugar, a China com 16,3 mil toneladas (-69%).
Por estados, o Paraná manteve a liderança nas exportações, com 161,2 mil toneladas em agosto (-2,7%), seguido por Santa Catarina com 84,2 mil toneladas (-14,1%), Rio Grande do Sul com 37,8 mil toneladas (-42,5%), São Paulo com 23,8 mil toneladas (-3,1%) e Goiás com 17,8 mil toneladas (+4,3%).
Santin destacou que “o preço médio foi fortemente influenciado pelo aumento das exportações para mercados de alto valor agregado, como o Japão. Contudo, a perda de capacidade de embarque em alguns portos, especialmente em Paranaguá, devido ao represamento logístico, e os efeitos pontuais da Doença de Newcastle, principalmente nas exportações para China e México, também contribuíram para o resultado menor”.
