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quarta-feira, janeiro 15, 2025
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Um raio-X da epidemia de HIV no Brasil

Pouco se comenta sobre o fato de que os casos de HIV explodiram nos últimos anos no Brasil. Ao contrário do que um esperançoso Cazuza falou, em 1988 em entrevista a Marília Gabriela no GNT, AIDS (a fase de evolução natural do HIV, fatal se não tratada) mata, e não tem cura. Há apenas a possibilidade de medicação contínua, muitas vezes com efeitos colaterais bem desagradáveis, atrelada a um monitoramento atento da saúde do portador de HIV.
Números advindos do Ministério da Saúde preocupam, em especial entre a população jovem. Em 2022, a quantidade de novos casos de HIV documentados no Brasil foi de 43.403, 17,2% a mais em relação a 2020, conforme a entidade governamental. Esse salto tem sido atribuído à diminuição da testagem e subnotificação de casos, em parte devido à pandemia de Covid-19. Mas não podemos culpá-la tanto assim em pleno 2024.
Ainda mais grave é a epidemia alarmante de HIV entre homens de 25 e 29 anos. Ao mesmo tempo, a elevação dos índices de contágio do vírus, com a incômoda subnotificação que vem se espalhando como outro vírus – o da ignorância, irresponsabilidade ou desinformação -, se dá entre idosos. Nesse caso impera o baixo uso de preservativos e, possivelmente, pouco acesso ou preocupação com dados e tratamentos atualizados sobre HIV e AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) em português.
No âmbito geográfico, várias pesquisas, governamentais e de ONGs, apontam que o Rio Grande do Sul é o estado com mais casos de AIDS notificados no Brasil. Veja bem, notificados, o que não significa casos totais – já vimos que a subnotificação vem aumentando. E, em todo o Brasil, a grande maioria dos casos é de homens. Entre todos os portadores de HIV, predominam pessoas negras ou pardas e homens que praticam sexo com outros homens.
No entanto, estudos de 2023 demonstram um crescimento expressivo dessa síndrome de imunodeficiência em mulheres e crianças do sexo feminino, o que é um alarme para essa parcela da população que, tradicionalmente, é menos relacionada ao risco de contaminação por HIV. Cada vez mais, mulheres héteros têm sido afetadas pela doença. Ao todo, estima-se que quase 40 milhões de pessoas de 15 anos de idade ou mais convivam com ela no nosso país, e ainda 1,4 milhão de crianças de 0 a 14 anos – lembrando que o HIV pode passar da mãe para o bebê ainda na barriga.
Muitos acham que “HIV é gripe”, que não mata mais e que o tratamento é simples e as complicações, raras. Não é bem assim. AIDS, que é a fase de desenvolvimento mortal do HIV não tratado como já mencionamos, detém há vários anos seu “trono” como uma das principais causas de óbito no mundo, mesmo durante o auge da pandemia de Covid-19. Então, voltamos a chamar a atenção para a necessidade do tripé conscientização, monitoramento (testagem) e tratamento. Com medicação e cuidados adequadamente aplicados, os níveis de HIV no sangue podem ficar tão insignificantes a ponto de o vírus não ser capaz de infectar ninguém que se relacione com o portador. O que não isenta de riscos o próprio portador, caso não esteja determinado a acompanhar de forma contínua sua condição de soropositivo e, assim, proteger a si mesmo e a outras pessoas. AIDS não tem cura, apenas tratamento. AIDS mata.
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