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terça-feira, setembro 17, 2024
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Você vota baseado em pesquisas? Esqueça

Os últimos anos têm demonstrado que as pesquisas eleitorais no Brasil são cada vez menos confiáveis. Eu mesma já deparei com “erros” absurdos (e suspeitos). Por isso, deixo um conselho a você nestas Eleições que se aproximam: não vote de acordo com pesquisas, ainda mais dos principais institutos. Não têm se mostrado eficientes em muitos casos.
Vou dar dois exemplos. Era véspera da votação para a prefeitura de Porto Alegre. Peguei, no chão, um folheto com uma pesquisa atualizada: Manuela D’Ávila aparecia vários pontos à frente do segundo colocado. Naquela hora, tive um insight: não, está errado. Ela vai ficar x pontos atrás do primeiro colocado (não me lembro quem era esse candidato, nem os números exatos). O que me lembro é que, no fim, houve um “erro” de 12, eu disse 12 pontos a favor de Manuela. E ela ficou bastante distante do primeiro colocado, que era o segundo na pesquisa do Ibope, se não me engano (ou era DataFolha, não tenho certeza). Doze pontos na véspera das Eleições não é erro, é manipulação, quer você queira ou não. Talvez, uma absurda inépcia.
Outro caso: em Minas Gerais, Romeu Zema, do NOVO, aparecia nas pesquisas em segundo lugar em uma de suas disputas pelo governo do Estado. Venceu no primeiro turno (no primeiro e no segundo mandatos). Isso não é erro, é manipulação ou muita ineficiência. E já vi outros erros um tanto grotescos, que vou chamar de “erros”, embora prefira manipulação, dados alguns números absurdos em certas Eleições.
O fato é que nós sabemos que “o buraco é bem mais embaixo”, e muitas destas pesquisas são mesmo manipuladas, pagas, tendenciosas, ou ineficientes apenas. Agora, em São Paulo, para a prefeitura, leio que Marçal se afasta de Boulos e Nunes, este que venceria a ambos no segundo turno. Não gosto tanto do Marçal, ainda menos do Boulos, dado seus históricos, e nem quero fazer propaganda por um Nunes que não conheço. Mas posso acreditar nessa pesquisa?
Além disso, nossas urnas. O voto impresso foi vetado várias vezes no Congresso. Isso é muito suspeito. Por que não reforçar a segurança das tão questionadas Eleições no Brasil? Não precisa? Precisa, sim. Toda proteção é bem-vinda. Não temos voto impresso, e os resultados vão direto a Brasília, para o TSE de Toffoli e o STF de Alexandre de Moraes. Este que levou quase um ano para liberar o código-fonte completo ao conhecimento público após as Eleições de 2022, celebrando como “ato democrático”. Afirma que as urnas são totalmente auditáveis, mas por que a inspeção do Exército em 2022 encontrou 81 possibilidades de vulnerabilidade em um documento oficial, pedindo respostas a Alexandre de Moraes, o que foi ignorado pelo “rei”? Disponibilizou o código-fonte completo à inspeção do Exército? Há boatos de que só viram a ponta do iceberg, tanto que foi liberado integralmente ao público somente meses após. Isso é no mínimo intrigante, tenha você a posição política que tiver.
Então, podemos ficar com um pé atrás com as urnas.
Eu mesma, no primeiro turno em 2022, não tive minhas digitais reconhecidas – como a de muitos da minha seção, conforme a mesária informou, rindo, como se fosse engraçado. Votei? Não sei, ninguém me deu suas digitais. No segundo turno, tudo correu “bem”.
Portanto, se eu fosse dar um conselho a você, eleitor, eleitora, em meio a esse fogaréu que enfrentamos, na bipolaridade política e na Natureza no Brasil, seria: vote conforme o que ou quem achar correto, ou mais aceitável. Ou se abstenha, se necessário (o que eu, pessoalmente, acho sempre desnecessário, um desserviço ao direito democrático de votar). Lembremo-nos do caso extremo de Nicolás Maduro, cuja reeleição somente foi reconhecida por países ditatoriais socialistas. Infelizmente, nosso presidente, que já financiou esse governo com bilhões, ficou na defensiva e acabou aceitando o resultado. As atas foram omitidas, houve um banho de sangue e, sim, um golpe. As pesquisas foram contrariadas de uma maneira que não seria possível: Maduro estava muito atrás do candidato da oposição, após ter mandado prender a candidata de oposição anterior. Coadunar com algo assim é vergonhoso. Significa se aliar a golpes e ditadores, e nenhuma ditadura, eu disse nenhuma, nunca foi boa e sempre foi opressiva ao povo.
Às vezes, a ditadura atua sutilmente em pesquisas ou em urnas não confiáveis para eleger quem é desejado (por alguns) estar no poder. Então, faça sua parte, vote por seus princípios e pelos candidatos que disputam cargos. Não olhe o número de seus seguidores nas redes sociais, não olhe as pesquisas, olhe seus históricos pessoais e políticos. Informe-se, e não só pelo que ouviu falar ou por órgãos claramente politizados. Observe o que falam e o que omitem. Atente ao que fizeram, e ao que deixaram de fazer. Já passou da hora de discurso de político (são sempre os mesmos) não ser determinante em Eleições, senão o que fizeram ou deixaram de fazer os candidatos, e em que acreditam ou deixam de acreditar. Já passou da hora de o povo que vota deixar de se informar, em seu direito democrático, além da superfície e do mesmo blá-blá-blá de ideologias muitas vezes incoerentes e sem prática.
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