A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) divulgou dados preocupantes sobre o aumento do antissemitismo no Brasil nos primeiros dois meses de 2024. O relatório da entidade aponta um total de 602 denúncias, representando quase um terço a mais do que os casos reportados no ano anterior.
Segundo a Fisesp, esse aumento é alarmante, marcado por um crescimento de 263%, o que está diretamente relacionado à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula comparou os ataques de Israel ao Hamas à tragédia do Holocausto, gerando repercussões internacionais e, aparentemente, contribuindo para intensificar o antissemitismo.
A maioria dos ataques tem ocorrido no ambiente virtual, principalmente por meio de mensagens em grupos de WhatsApp e redes sociais. A Fisesp observou um aumento significativo nas denúncias, especialmente relacionadas a instituições de ensino. Antes do discurso de Lula, foram registradas 46 denúncias; após sua declaração, esse número subiu para 165, indicando uma escalada nas hostilidades.
Apesar de os ataques virtuais predominarem, também há relatos de agressões verbais contra judeus em ambientes escolares e universitários.
O presidente da Fisesp, Marcos Knobel, destacou que a declaração de Lula exacerbou uma onda antissemita que já estava em curso desde o ataque do Hamas a Israel em outubro do ano anterior.
Knobel enfatizou a preocupação com a segurança dos judeus no Brasil, especialmente após quatro denúncias preocupantes envolvendo jovens em idade escolar que foram vítimas de ataques dentro de suas próprias instituições de ensino. A situação é grave e demanda atenção urgente para proteger a comunidade judaica no país.