A elevação da taxa Selic para 14,75% ao ano, anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central nesta quarta-feira (7), provocou reações negativas de entidades representativas do setor produtivo gaúcho. A Fiergs e a Fecomércio-RS alertaram para os impactos nocivos da alta dos juros sobre a indústria, o comércio e a economia como um todo.
Fiergs: “Juros altos penalizam a produção”
O presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Claudio Bier, criticou duramente a medida, afirmando que:
A decisão reforça uma trajetória preocupante para a indústria;
A elevação da Selic agrava custos, reduz margens e dificulta o acesso ao crédito;
O combate à inflação precisa de ajuste fiscal e controle de gastos públicos, e não apenas da elevação da taxa de juros;
“Manter uma política de juros elevados como resposta única ao descontrole fiscal significa penalizar o setor produtivo.”
Fecomércio-RS: “Era esperado, mas preocupa”
Já o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, reconheceu que a decisão já era prevista, mas alertou para o contexto:
A taxa atinge o maior patamar nominal desde 2006;
O Brasil convive com juros estruturalmente elevados devido ao desequilíbrio fiscal interno, apesar de um cenário global de desaceleração;
A política monetária precisa ser acompanhada de medidas fiscais estruturantes, caso contrário, famílias e empresas seguirão pressionadas financeiramente.
Ambas as entidades concordam que o aumento dos juros, se não acompanhado de reformas fiscais e controle de gastos, pode sufocar a atividade econômica e prejudicar a retomada do crescimento.