O BTG Pactual elevou sua projeção para o dólar em 2025, estimando que a moeda americana pode atingir R$ 6,25 no próximo ano. Em um cenário mais adverso, o banco não descarta a possibilidade de o dólar alcançar R$ 7, refletindo o agravamento das preocupações com a sustentabilidade da dívida pública e a condução da política econômica brasileira.
De acordo com o BTG, a deterioração das expectativas fiscais, associada a medidas que minam a credibilidade monetária e criam incerteza, tende a intensificar a valorização da divisa norte-americana frente ao real. O banco destaca que ações fora do orçamento, mecanismos parafiscais e intervenções no câmbio poderiam aprofundar o movimento de alta.
Nas contas da instituição, menos de 30% da recente depreciação do real pode ser atribuída a fatores externos, como o fortalecimento global do dólar. O principal impacto, portanto, vem do ambiente doméstico. O real se destaca negativamente entre moedas de países emergentes e exportadores de commodities, com desempenho pior do que a maioria das divisas, exceto o peso argentino.
O cenário pressiona ainda mais o Banco Central, já que o dólar mais caro eleva os custos de importação e impacta a inflação. Para conter os preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última quarta-feira (11), elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, atingindo 12,25% ao ano — o maior aperto monetário desde fevereiro de 2022.
O BTG alerta que, sem medidas eficazes para resgatar a confiança fiscal, o cenário pode se deteriorar ainda mais, pressionando a economia e aumentando o risco de novas revisões na taxa de câmbio.