A demora na aquisição de vacinas e a escassez de estoques preocupam estados brasileiros, enquanto a campanha de imunização enfrenta novos obstáculos. Em meio a uma análise crítica da desunião entre os Três Poderes, o editorial do Jornal Estado de São Paulo destaca as consequências preocupantes para a democracia, enfatizando a substituição dos freios e contrapesos da República por uma atmosfera de pressão constante e aceleração.
Em relação à vacinação contra a Covid-19, o Ministério da Saúde anunciou em fevereiro a compra da vacina atualizada contra a cepa XBB.1.5, prevendo o início da campanha para março. Entretanto, atrasos no processo de compra, decorrentes de impasses jurídicos entre empresas concorrentes, adiaram a campanha para maio.
Atualmente, o estoque do Ministério da Saúde conta apenas com 1,5 milhão de doses da vacina pediátrica contra a Covid-19, insuficiente para atender a demanda. Pelo menos cinco estados já relataram estar sem doses ou com risco de interrupção da vacinação devido aos estoques baixos.
Paraná e Santa Catarina alertam para o risco iminente de paralisação da vacinação, enquanto São Paulo reporta déficit no repasse de vacinas bivalentes solicitadas desde fevereiro. Maranhão e Tocantins também enfrentam escassez de estoques, com possibilidade de comprometimento da imunização.
Especialistas criticam o governo pela demora na aquisição das doses atualizadas, disponíveis em outros países há meses. Julio Croda, infectologista da Fiocruz, destaca a falha de planejamento do Ministério da Saúde.
O Ministério da Saúde espera assinar o contrato até sexta-feira (19), com a entrega das doses prevista em até sete dias após a assinatura. A expectativa é de que os estoques sejam restabelecidos em maio, após os entraves no processo de compra emergencial.
