O General Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, argumentou que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) apresentou um relatório falso sobre sua atuação durante os ataques de 8 de janeiro aos prédios dos Três Poderes, e que por esse motivo ele corrigiu o documento antes de enviá-lo à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional (CCAI).
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os atos de 8 de janeiro, o General declarou: “Não adulterei nem fraudei nenhum documento. Eu não participei de nenhum grupo, não sou difusor. O documento não condizia com a verdade.”
Gonçalves Dias argumentou que o documento em questão, que foi revisado e enviado à CCAI, estava errado em sua menção ao seu envolvimento. Segundo ele, a ABIN produziu um segundo relatório omitindo sua citação.
A revelação provocou a reação do presidente da CPI, o deputado distrital Chico Vigilante (PT), que considerou as alegações como sérias, pois sugerem a fraude de um documento por um órgão estatal.
Além disso, Gonçalves Dias afirmou que não recebeu nenhum aviso da ABIN sobre uma “tomada de poder” ou manifestações mais agressivas em 8 de janeiro. Ele negou ter participado de qualquer grupo ou mantido qualquer comunicação via e-mail, com exceção do contato com o diretor-adjunto da ABIN, Saulo Moura.
No entanto, quando questionado pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP) sobre receber informes de inteligência em seu celular privado, o ex-chefe do GSI confirmou que recebia “algumas informações” de Moura e as passava ao secretário-executivo. Gonçalves Dias sustentou que entre 2 e 5 de janeiro não havia sinais de violência crescente e que não recebeu nenhum alerta sobre anomalias no dia dos ataques.
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