O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou neste domingo (14) a reocupação de uma fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Petrolina, localizada a cerca de 700 km de Recife, juntamente com a ocupação de outras duas propriedades no Estado. Esta ação ocorre após a propriedade da Embrapa ter sido invadida duas vezes no ano passado.
O motivo declarado pelo grupo é a não implementação, pelo governo federal, dos compromissos assumidos com as famílias que deixaram o assentamento da fazenda em julho de 2023. Além disso, a invasão coincide com os esforços do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para se reaproximar dos empresários do setor ruralista.
Jaime Amorim, da direção nacional do MST, afirmou em um vídeo divulgado pelo movimento que o governo federal havia se comprometido a assentar todas as 1.316 famílias acampadas, entre outros pontos acordados, quando o grupo deixou a propriedade da Embrapa no ano passado. No entanto, nenhum desses compromissos foi cumprido, levando à retomada das ocupações.
A fazenda da Embrapa foi inicialmente invadida há um ano, durante a Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, conhecida como “abril vermelho”, o que resultou em atritos com o governo Lula. A segunda invasão ocorreu em julho, durante a montagem da estrutura para o Semiárido Show, uma feira anual que apresenta tecnologias para agricultores familiares da região.
Além da fazenda da Embrapa, o MST afirmou ter ocupado uma área de 1.500 hectares da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que é utilizada pela Embrapa em Petrolina, bem como uma outra área remanescente da Usina Maravilha, no Norte do Estado, que está em processo de desapropriação desde 2014.
