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terça-feira, maio 7, 2024
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O Natal te traz tristeza ou ansiedade? Conheça a “dezembrite”

Natal, a priori, é uma data comemorativa, festiva, ao menos no Ocidente. No Natal, costumamos reunir parentes e aqueles que amamos, notadamente na ceia do dia 24, quando comemos boas comidas, bebemos boas bebidas e trocamos presentes (ainda que você receba meias), experiências, saudades. Seis dias depois do dia 25, temos o Ano-Novo (como evento, com hífen), um rito de passagem em que, mais uma vez, comemoramos com parentes e amigos – os que não preferem a solidão. Brindamos! Um ciclo termina, outro começa.
Mas, o que devia ser sinônimo de alegria e festa – a época de Natal e Ano-Novo – para muita gente é um tempo de sofrimento. Recente pesquisa brasileira mostrou que, nessa época, 75% das pessoas se sentem mais ansiosas, irritadas, quando não tristes ou até deprimidas. Você é uma delas? Não se preocupe se a resposta for positiva, pjá que esse fenômeno é denominado, oficialmente, como “dezembrite”: dezembro + “ite”, que significa inflamação. E é um fenômeno coletivo e natural.
De modo que ficamos, muitos de nós, meio que “inflamados”, no sentido de sobrecarregados ou adoecidos, nesta época do ano. Uma época de finais e de recomeços, de reflexão.
Crescemos ouvindo a cantora Simone questionar: “Então é Natal, o que você fez?”. E é esse o pensamento que impera nos dias que antecedem e, por vezes, também seguem-se ao Natal. Questionamentos. Reflexões. Dúvidas. Culpa. Arrependimentos. Poderia ter sido diferente. E mais: como o tempo passa rápido! Já é Natal, já é fim do ano! Não fiz muita coisa que gostaria de ter feito. E o pior…
Ah, talvez o pior sejam as faltas. No Natal passado, ou há alguns natais, estava aqui. No Ano-Novo, naquela comemoração inesquecível à beira-mar, ou na varanda vendo fogos coloridos. Mas hoje, ele, ela, eles, não estão mais entre nós – não no mesmo plano. A esperança é a do reencontro um dia.
E o fato é que, conforme os anos passam, a mesa da ceia de Natal vai ficando mais vazia, parentes e amigos vão ficando para trás… Natal – e Ano-Novo – não deixam de significar a expressão concreta de nossas perdas. E, como naquele ditado que alguém disse: “A história das nossas vidas é a história das nossas perdas”.
Ainda que em nível subconsciente, sentimos falta. Elas se avultam em nosso coração. Os avós se foram, o tio, a tia, outros foram morar do outro lado do mundo e nunca mais vimos… Neste Natal de 2023, como desde 2020, muita gente vai ter a “presença da ausência” daqueles que a Covid levou, por exemplo. Minha vó, um parente próximo. Depois da pandemia, tenho a impressão de que nunca mais fomos os mesmos, talvez mais solitários e receosos… atestando a fragilidade e fugacidade da vida. E a possibilidade de que “este seja o último Natal ou Ano-Novo” com alguém que amamos.
Sabe, as listas – de presentes, de promessas – são longas, muitas vezes… mas o tempo é curto… E, não sei se você reparou, mas, quanto mais o tempo passa, mais rápido ele se vai. Não sei se há uma Lei da Física para descrever isso, entretanto, ao menos no meu caso parece bem explícito.
Enfim, sem mais melancolias, quero lhe desejar, e à sua família – sejam amigos ou até seus pets – um Feliz Natal, um não somente próspero, mas Feliz Ano-Novo. Sem expectativas demais, nem de menos. Um dia de cada vez. Comemore! Ainda que esteja triste. Você está vivo ou viva, e um novo ano começará.
E por fim, gostaria de lembrar, caso você seja cristão ou cristã, que há ao menos um motivo para se alegrar no Natal. Embora o mundo hoje em dia, e cada vez mais, tente esquecer: estamos comemorando o nascimento do Salvador, que veio ao mundo em forma de homem para nos ensinar não uma religião, mas um caminho de paz e amor, perdão e fé, e se sacrificar, sem ter cometido nenhum delito, apenas para pagar nossa dívida, nós que somos seres imperfeitos e às vezes até cruéis.
E, veja: Natal pode ser triste para você, mas ainda é uma data para se lembrar da importância da generosidade, do amor, da reconciliação, e lembrar com carinho dos que se foram – porque assim tinha de ser. E dos que ainda estão aqui, não sabemos até quando, que a vida gira rápido. Um brinde a quem a dor não vai destruir, e para quem o Ano Novo vai ser realmente novo! Soframos, choremos, mas brindemos à vida! O maior dom que alguém pode ter!
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