Policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) conduziram a Operação Rio Branco na manhã desta sexta-feira, em resposta a investigações sobre roubos de equipamentos de empresas de telecomunicações que ocorreram no Rio Grande do Sul entre junho e setembro. Segundo o departamento, as diligências foram conduzidas em São Paulo e resultaram na prisão de um homem de 49 anos, considerado o líder de uma organização criminosa interestadual especializada em furtos de materiais desse tipo. As investigações apontam que os criminosos atuaram nos estados do Sul, causando prejuízos que superam R$ 2 milhões para as empresas de telecomunicações.
O delegado Luis Firmino, titular da DP de Repressão aos Crimes Contra Patrimônio das Concessionárias, destacou que a identificação dos membros do grupo começou após a análise de imagens de câmeras de segurança. As investigações tiveram início após o roubo de placas de transmissão em uma estação da empresa V.Tal, na cidade de Paulo Lopes, em Santa Catarina. Na época, a polícia descobriu que o crime havia sido cometido por três homens, que foram posteriormente identificados e rastreados até o município de Três Cachoeiras, no litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde realizaram outro roubo semelhante ao ocorrido em Santa Catarina. No dia 4 de setembro, esses indivíduos foram capturados em Osório.
A partir da prisão em flagrante do trio, foram recuperadas duas placas eletrônicas de transmissão de dados por fibra ótica. Cada um desses equipamentos, utilizados para fornecer redes de telecomunicações, foi avaliado em mais de R$ 500 mil.
O delegado também revelou que, após a detenção dos criminosos, todos originários do estado de São Paulo, eles foram interrogados e confessaram que faziam parte de uma quadrilha comandada por um homem na capital paulista. “Ao serem interrogados pelos policiais, eles confessaram a participação nos crimes e afirmaram que as ações eram organizadas, planejadas e comandadas por um quarto indivíduo, também de São Paulo”, destacou Firmino. Segundo ele, a participação do grupo já foi comprovada em pelo menos outros cinco casos de roubo.
Nesta manhã, três medidas cautelares foram cumpridas na capital paulista: dois mandados de busca e apreensão e uma ordem de prisão preventiva, que resultou na captura do suposto líder dos crimes, em uma residência no bairro José Bonifácio, na zona Leste de São Paulo. O suspeito, identificado apenas como ‘Pedro’, é proprietário de uma empresa de telecomunicações. Ele já havia sido preso em flagrante em 2020 por roubo qualificado de cabos e materiais da Vivo em São Paulo. O investigado nega ser o líder do esquema, alegando ser subordinado a outro criminoso que comandaria o esquema a nível nacional. No entanto, a Polícia Civil afirma que a organização criminosa foi desmantelada com a prisão dos quatro suspeitos. A corporação estima que os criminosos causaram prejuízos avaliados em cerca de R$ 2,5 milhões para as empresas de telecomunicações. A empresa V.tal relatou que o roubo de placas eletrônicas, embora tenha ocorrido em outros estados, nunca havia acontecido no Rio Grande do Sul antes, marcando a primeira vez que os membros de uma quadrilha especializada em roubos de equipamentos desse tipo foram presos e identificados no estado, o que foi confirmado pela polícia.
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