Nesta sexta-feira (5), dados alarmantes revelam uma situação crítica no combate à dengue no Rio Grande do Sul. Apenas nos três primeiros meses de 2024, o estado confirmou 57 mortes pela doença, superando o total de óbitos registrados ao longo de todo o ano anterior, que foi de 54.
O virologista Fernando Spilki destaca que essa escalada está diretamente ligada a uma série de eventos climáticos e sanitários favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Entre esses fatores, estão as elevadas temperaturas e as chuvas na região sul do país.
“Nós temos observado um número significativo de dias com temperaturas acima de 29°C, o que é um fator determinante para os surtos de dengue, especialmente na região Sul e Sudeste”, explica Spilki.
Os surtos de dengue são comuns entre fevereiro e maio, mas este ano apresenta uma atividade viral intensa, alerta o virologista, o que pode resultar em níveis de transmissão ainda mais elevados do que em anos anteriores.
Os registros de casos graves e óbitos pela doença também têm preocupado as autoridades de saúde. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou quatro novas mortes por dengue entre os dias 4 e 5 de abril, aumentando ainda mais a preocupação com a letalidade da doença.
Diante desse cenário, o governo do RS decretou situação de emergência em 12 de março, intensificando as ações de combate ao mosquito transmissor e reforçando a importância da busca por atendimento médico logo nos primeiros sintomas da doença.
É crucial que a população adote medidas de prevenção, como a eliminação de criadouros do mosquito em áreas internas e externas das residências, além do uso de repelentes para proteção individual.
A dengue é uma doença endêmica no estado, e os altos índices de casos exigem uma resposta eficaz por parte das autoridades e da população para conter sua propagação e evitar novas mortes.
