SEM PICANHA – Alimentos elevam inflação da baixa renda em janeiro, e passagem aérea alivia a dos mais ricos

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou que a percepção de inflação desacelerou em janeiro em quase todas as faixas de renda, exceto nas duas mais baixas. Isso se deve ao aumento dos preços dos alimentos essenciais, que impactou diretamente a inflação percebida pela classe de renda mais baixa do Brasil, registrando um avanço de 0,66%. A segunda classe mais baixa também viu um aumento, fechando em 0,59%.

Por outro lado, a renda alta teve a menor taxa de inflação durante o período, com um aumento de apenas 0,04%, principalmente devido à queda nos preços das passagens aéreas, que são mais consumidas pela classe de renda mais alta.

No entanto, a taxa acumulada revela que a inflação mais alta dos últimos doze meses é percebida pelos mais ricos, com um aumento de 5,67%. Enquanto isso, a camada mais pobre sentiu menos o peso da elevação de preços, com um avanço de 3,47%. Nesse sentido, a classe de renda muito baixa foi a que menos percebeu o aumento da inflação no último ano.

Os alimentos foram os principais responsáveis pelo aumento da inflação entre os mais pobres em janeiro, com destaque para os cereais, tubérculos, frutas e óleos e gorduras. Maria Andreia Lameiras, técnica do Ipea, explicou que o parcelamento das compras de supermercado contribui para a maior percepção dos mais pobres em relação à inflação dos alimentos.

Além disso, mesmo em menor escala, o grupo saúde e cuidados pessoais também pressionou a inflação das classes de renda mais baixas, refletindo os reajustes dos produtos farmacêuticos e de higiene pessoal.

Por outro lado, o recuo dos preços das passagens aéreas e das tarifas de transporte por aplicativo foram as principais responsáveis pelo alívio inflacionário para a classe de renda mais alta. Essas quedas geraram uma contribuição negativa do grupo de transportes, segundo o Ipea.