Nesta sexta-feira (10), a Venezuela fechou sua fronteira com o Brasil, coincidindo com a posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato como presidente. O bloqueio de veículos, realizado no lado venezuelano, ocorre na divisa com Pacaraima (RR) e deve durar até a segunda-feira (13), conforme nota do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O fechamento foi justificado pelas autoridades venezuelanas como parte de medidas para “garantir a paz”, em meio a alegações de “conspiração internacional”, segundo Freddy Bernal, governador do estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia. A decisão reflete a tensão política que marca o governo Maduro, especialmente após eleições contestadas pela oposição.
Repercussões no Brasil
A Embaixada do Brasil em Caracas e o Vice-Consulado em Santa Elena de Uairén disponibilizaram contatos de emergência para cidadãos brasileiros afetados pela medida. A fronteira entre os dois países já foi fechada em ocasiões anteriores, como durante as eleições e momentos de crise política.
O governo brasileiro enviou uma diplomata para representar o país na posse de Maduro. O presidente Lula (PT), convidado para o evento, optou por não comparecer.
Contexto da posse
A cerimônia de posse aconteceu na Assembleia Nacional, em Caracas, sob a condução de Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento e aliado de Maduro. Apesar das denúncias de fraude eleitoral, Maduro tomou posse e recebeu a faixa presidencial. A oposição sustenta que Edmundo Gonzalez Urrutia foi o real vencedor das eleições de julho de 2024.
Além do Brasil, a Venezuela também fechou sua fronteira com a Colômbia, sob a mesma justificativa de prevenir supostas ameaças à segurança. O bloqueio fronteiriço e o novo mandato de Maduro, que se estenderá até 2031, ilustram o cenário político volátil do país.