A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) expressou sua preocupação com as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) relacionadas ao setor produtivo, afirmando que tais questões apresentam o agronegócio de maneira “equivocada, pejorativa e desprovida de embasamento técnico-científico”. A entidade alega que isso pode levar os estudantes a erros e criar desinformação sobre a atividade rural no Brasil.
De acordo com a Abag, um estudo realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), vinculada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA-USP), indicou que 88% das menções ao agronegócio em livros didáticos são de autoria própria, sem respaldo científico.
A Abag enfatiza a importância de não apenas anular as questões, mas também de esclarecer à sociedade como pretende interromper esse ciclo de desinformação. A entidade planeja mobilizar o setor, universidades, pesquisadores e educadores para apoiar o governo na atualização do conceito de agronegócio nas questões utilizadas na elaboração das provas do Enem e outros materiais didáticos distribuídos pelo governo federal.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) também criticou o Enem por supostamente usar o exame como um meio de criminalizar o setor agrícola, que é essencial para a segurança alimentar mundial. A Famato alega que o teste incluiu ataques ao agronegócio e críticas ao capitalismo, deixando os produtores rurais de Mato Grosso se sentindo desrespeitados e injustiçados.
Em particular, a Famato criticou uma questão do Enem que atribui o “avanço da soja” na Amazônia ao desmatamento e responsabiliza “grileiros, madeireiros e pecuaristas” por essas ações. A entidade argumenta que a questão carece de conhecimento e fundamentação relacionados às cadeias produtivas do agronegócio.
A Rede Nacional de Agricultura Irrigada (Renai) repudiou as questões que retrataram negativamente o agronegócio e afirmou que os textos apresentaram o setor de forma leviana, desinformada e enviesada. A Renai destacou a importância de revisar a forma como o setor é apresentado à sociedade brasileira e mundial.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) também se manifestou contra as questões do Enem, alegando que elas apresentam informações inverídicas e generalizações sem fundamento. A SRB enfatizou os avanços tecnológicos adotados pelo agronegócio brasileiro ao longo dos anos para reduzir os impactos ambientais.
A SRB defendeu a anulação da questão e a reparação de danos à imagem do setor agrícola. No geral, essas entidades do agronegócio buscam corrigir o que consideram equívocos e desinformação sobre o setor nas questões do Enem e materiais didáticos.
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