Será que podemos esperar um inverno mais rigoroso antecipado este ano? É uma pergunta que vem à mente de muitos à medida que o outono se estabelece. A transição do calor do verão para o frio do inverno sempre traz consigo especulações sobre o timing e a intensidade do frio que está por vir. Históricos eventos de neve em abril e ondas de ar polar em maio, com temperaturas abaixo de zero e geada, já foram registrados em anos anteriores, especialmente nos estados do Centro-Sul do Brasil.
Então, a questão persiste: será que o frio intenso chegará mais cedo este ano? Para encontrar uma resposta, é necessário examinar o que os modelos numéricos indicam e olhar para eventos similares em anos anteriores durante os primeiros meses do ano. Em 2024, prever o clima de longo prazo torna-se ainda mais desafiador devido ao contínuo aquecimento global.
Os modelos de previsão de curto prazo conseguem projetar até dez ou quinze dias à frente, enquanto os modelos de médio prazo, como os europeus e o norte-americano CFS, podem chegar a prever até 40 dias, seja em projeções diárias ou semanais.
Alguns modelos climáticos oferecem projeções mensais, o que pode mascarar breves períodos de frio intenso, já que um mês pode conter uma semana fria e três semanas quentes, resultando numa média final acima do normal.
Apesar de analisar os dados desses modelos com projeções de até 40 dias não indicar uma massa de ar polar significativa até o final de abril, há previsões de entrada de ar mais frio na segunda metade do mês. No entanto, é importante ressaltar que essas projeções estão sujeitas a mudanças.
Em resumo, as simulações atuais não indicam a chegada iminente de uma massa de ar polar intensa. É mais provável que ocorram períodos de ar frio de intensidade moderada a partir de maio, com maior probabilidade na segunda metade do mês ou no início de junho.
Os modelos climáticos apresentam divergências em relação a junho no Sul do Brasil, com a maioria indicando temperaturas acima da média e alguns sugerindo temperaturas abaixo. Considerando um possível resfriamento do Pacífico Leste, não se pode descartar a ocorrência de um episódio de frio significativo em junho, o que, aliás, não seria incomum, dado o histórico de eventos semelhantes nesse mês.
