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sexta-feira, abril 26, 2024
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Crise de Medicamentos Agrava Tratamento da Hanseníase no Brasil

Escassez de Remédios e Controvérsias sobre Alternativas Complicam Situação dos Pacientes, Especialistas Alertam para Negligência Governamental

A escassez de medicamentos para tratamento da hanseníase, uma condição crônica que afeta a sensibilidade térmica, tátil e a força muscular, está criando desafios significativos para o Ministério da Saúde. A falta desses remédios está dificultando o início do tratamento para os pacientes.

Segundo um documento obtido pelo jornal Folha de S.Paulo, os medicamentos usados como primeira linha de tratamento da hanseníase – a poliquimioterapia e a clofazimina – são doações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que ainda não foram recebidas pelo Brasil.

O Ministério da Saúde emitiu um comunicado indicando que a OMS atrasou a fabricação dos medicamentos, e também enfrentou desafios logísticos na entrega, especialmente nas proximidades do Oriente Médio.

Além disso, o Ministério da Saúde reconhece que a quantidade de clofazimina recebida em 2023 não foi suficiente para atender à demanda, especialmente devido ao aumento no consumo, mesmo com os contratempos na produção e na logística.

Os casos de hanseníase registrados aumentaram de 15 mil em 2021 para mais de 17 mil em 2022 e, em 2023, atingiram 19 mil casos.

Para enfrentar a escassez, o documento sugere o uso de ROM (rifampicina + ofloxacino + minociclina), um medicamento de segunda linha, com uma dose única mensal. O Ministério da Saúde afirma que essa estratégia tem embasamento científico.

No entanto, especialistas questionam a eficácia e disponibilidade deste medicamento proposto pelo Ministério da Saúde. Eles afirmam que o medicamento de segunda linha não é eficaz para todas as formas da doença e também está em falta em algumas áreas.

Francisco Faustino Pinto, coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), critica a solução sugerida pelo Ministério da Saúde, afirmando que ela apenas confunde mais o problema.

Marco Andrey Cipriani Frade, presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia e coordenador do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária com ênfase em Hanseníase da USP de Ribeirão Preto, também critica o Ministério da Saúde, alegando que suas estratégias são simplistas e irresponsáveis, e que não estão sendo feitos esforços eficazes para garantir a disponibilidade dos medicamentos essenciais para o tratamento da hanseníase.

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